Silêncio

Josianne Ritz, com a colaboração dos editores do Jornal do Estado

A cúpula do Ministério Público Estadual assiste nos últimos dias calada ao destempero verbal do governador Roberto Requião e de seu governo contra os promotores, por conta da ação que exige a demissão dos parentes do peemedebista e de seus secretários que ocupam cargos de confiança. Apesar de ter demorado mais de um ano e meio para agir, o MP não escapa da fúria de Requião, que mais uma vez demonstra não admitir qualquer tipo de contestação de sua conduta, mesmo que ela venha de um órgão que constitucionalmente tem como função justamente fiscalizar o poder público.


Contundência
O silêncio do procurador Geral de Justiça, Milton Riquelme, nesse momento, é mais do que contundente, e revela o quanto a instituição perdeu em credibilidade e autoridade nos últimos anos, por conta do comportamento subserviente de seus dirigentes. Por isso mesmo, fica difícil agora para Riquelme e seus pares reagirem aos ataques de fúria do governador, já que desde o procurador assumiu o cargo, o MP tem se curvado aos interesses do peemedebista, inclusive no já famoso episódio em que o chefe do Ministério Público paranaense se dispôs a defender publicamente Requião na campanha eleitoral, isentando-o de qualquer envolvimento com o caso do policial Délcio Razera, preso por escutas telefônicas clandestinas.


Pedágio
A seção paranaense da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou na sexta-feira que o Diário Oficial do Estado não foi impresso até as 17 horas. Com isso, não houve a publicação da lei de isenção de tarifa para veículos pertencentes aos moradores do município em que estão localizadas as praças de pedágio do Paraná. E portanto, a lei não entra em vigor no final de semana. Os usuários terão que continuar pagando a tarifa normalmente.


Nova tentativa
O plenário da Câmara Federal deve votar a partir de terça-feira as duas emendas do deputado Osmar Serraglio (PMDB) que acabam com a multa imposta ao Paraná pela União devido aos “títulos podres” adquiridos pelo governo do Estado para sanear o Banestado. Serraglio apresentou as emendas às Medidas Provisórias 376 e 378, que trancaram a pauta de votações da Câmara Federal no final de semana. Emenda semelhante chegou a ser apresentada no Senado pelo paranaense Osmar Dias (PDT), mas a proposta foi rejeitada por orientação da liderança do governo Lula. Passadas duas semanas, porém, o projeto da CAE não andou por falta de consenso, e aguarda a apresentação do parecer do relator, Valdir Raupp (PMDB/RO).


Retorno
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta ao Paraná no próximo dia 24, para o lançamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Inicialmente, o lançamento estava previsto para o último dia 20, mas foi cancelado após a queda do avião da TAM em Guarulhos, que matou 199 pessoas. Temendo a repercussão negativa do acidente, Lula cancelou as visitas à região Sul, onde sua rejeição é maior.


Bolo
No caso do Paraná, o volume de recursos previstos no PAC é de cerca de R$ 1 bilhão para as áreas de habitação e saneamento. Na área de habitação, Curitiba deverá receber cerca de R$ 71 milhões. A cidade de Colombo, R$ 52 e Londrina aproximadamente R$ 8,6 milhões. Além de Lula, também vem à Curitiba para o lançamento a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.


Reforço
O presidente do PDT paranaense, senador Osmar Dias, coordena na segunda-feira reunião do Diretório Municipal do partido em Curitiba, na Sociedade Urca. O evento marca a filiação de lideranças na Capital, com vistas às eleições municipais de 2008, e faz parte da estratégia de fortalecimento do partido no Estado.


Em alta
O deputado paranaense Rodrigo Rocha Loures foi confirmado para o cargo de vice-líder do PMDB na Câmara dos Deputados. Rocha Loures, que está em seu primeiro mandato, vem tendo atuação destacada na CPI da Crise Aérea e integra as comissões permanentes de Finanças .


Em baixa
 A Justiça determinou o afastamento do prefeito do município de Nova Tebas por ato de improbidade administrativa.  O Ministério Público apurou que Djalma Ferreira de Aguiar contratou um funcionário para a prefeitura sem o devido concurso público.