Surfando

Josianne Ritz com a colaboração dos editores do Jornal do Estado

A semana termina com o prefeito Beto Richa (PSDB) colecionando boas notícias, enquanto do outro lado, a oposição vive um momento melancólico. O tucano aproxima-se cada vez mais de uma aliança ampla, que pode incluir além dos já garantidos PDT de Osmar Dias, e o PSB do vice-prefeito Luciano Ducci, o PPS de Rubens Bueno, o Democratas e o PP.


Isolamento
Caso o acordo com esses partidos se concretize, Beto constrói uma coligação forte, e ainda isola o PT de Gleisi Hoffmann e o PMDB do governador Roberto Requião. As possibilidades de aliança para Gleisi ficariam restritas a partidos “nanicos”. E o PMDB de Requião pode ser obrigado a sair de “chapa pura” por absoluta falta de opção.


Opções
O isolamento do PMDB e do candidato de Requião, o ex-reitor Carlos Moreira, é cada vez maior. As últimas informações são de que entre as alternativas para vice do ex-reitor estão o ex-deputado federal André Zacharow, e o ex-deputado estadual César Seleme. Ambos não conseguiram se reeleger em 2006.


Fora do ar
Para piorar a situação das oposições, o desembargador Jesus Sarrão determinou na sexta-feira a retirada do ar das propagandas do PT veiculados na televisão durante a semana. Ele acatou ação encaminhada pelo PSB e considerou que as peças publicitárias faziam promoção pessoal da pré-candidata à prefeitura, Gleisi Hoffmann.


Compostura
A falta de compostura definitivamente parece ser uma norma no governo Requião. Na sexta-feira, em texto na qual tentava responder as denúncias contra o Paraná Previdência, o ex-presidente do fundo, José Maria Corrêa, afirmava em texto publicado pela agência oficial de notícias (www.aenoticias.pr.gov.br) que “os detratores precisam calar a boca”, em uma típica atitude de quem, na falta de argumentos convincentes, prefere partir para a ignorância.


Força do hábito
Outro costume do governo Requião que se repetiu na semana que passou foi o de desqualificar ex-integrantes da cúpula governista que saem atirando. O alvo desta vez foi o ex-diretor jurídico do Paraná Previdência, Francisco Alpendre, demitido pelo governador depois de denunciar as irregularidades no fundo. De homem de confiança, Alpendre virou “mentiroso” e pessoa não-grata do requianismo.



Alerta
Os deputados de oposição revelam que, no último dia 30, Requião assinou seis decretos considerando de utilidade pública alguns terrenos em Pontal do Paraná onde o Governo tem projeto para a construção do Porto do Mercosul. O líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), alerta que decretos não desapropriam as áreas. “A desapropriação só vai ocorrer quando o governo pagar as indenizações, e somente após isso poderá pensar em construir o porto. Serão anos de disputa judicial pela área, já que ela estava reservada para um investimento privado”.


Na trave
O Supremo Tribunal Federal rejeito denúncia apresentada pelo procurador-geral da República contra o deputado federal licenciado e ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (DEM). Os ministros concluíram que não existem indícios de que, durante sua gestão frente à prefeitura, entre 1997 e 2000, Taniguchi tenha desviado recursos públicos em convênios com a Fundacen.


Em alta
O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou 374 gestores a devolver R$ 139 milhões no primeiro trimestre deste ano. O dado onfirma que para cada real alocado ao tribunal, no período, o retorno ao país foi superior a R$ 12,16.



Em baixa
O Ministério Público Federal (MPF) pediu cópia em DVD da escolinha da última semana, quando Requião voltou a fazer uso político da Rádio e TV Educativa. As bravatas do governador serão incluídas no processo movido pelo MPF contra ele.