Tiro no pé

Bem Paraná

Chegam à redação queixas de servidores públicos que estariam sendo obrigados a fazer campanha para o governador licenciado, Roberto Requião (PMDB), no horário de almoço. Mais um tiro no pé patrocinado pela tradicional truculência requianista. Basta raciocinar: cada funcionário público constrangido dessa forma é um voto em potencial para a oposição. Além disso, muito provavelmente ele acabará comentando o fato com familiares ou amigos que, da mesma forma, tendem a reagir vingando-se do governador votando contra ele. A oposição agradece.


Criador e criatura
Aliás, chegam a ser risíveis as declarações de Requião acusando a imprensa de tentar passar à opinião pública uma imagem de “truculento” dele. Qualquer pessoa que tenha o mínimo de informação sobre a trajetória política do governador-candidato sabe que o único responsável pela imagem de truculento do peemedebista atende pelo nome de Roberto Requião de Mello e Silva. Pelo simples motivo de que foi com base nessa truculência — que contamina inclusive os aúlicos e assessores do governador — que ele construiu sua história política.


Caiu a máscara
Na verdade, o que aconteceu é que o governador Roberto Requião percebeu que o figurino de bom-moço adotado por ele no primeiro turno da campanha — quando os governistas tinham a expectativa de liquidar a fatura, no último domingo — não convenceu. E agora tenta recuperar o prejuízo voltando ao normal. Em outras palavras, partindo para a agressão e para a desqualificação dos adversários e qualquer um que ouse questioná-lo ou apontar suas contradições — incluindo, é claro, a imprensa não afagável.
Alianças


Frustração
Isolado depois da decisão de Beto Richa (PSDB), Rubens Bueno (PPS) e do PFL de apoiar seu adversário, Osmar Dias (PDT), no segundo turno, restou a Requião assediar legendas “nanicas” e o PT de Lula. Mesmo que o namoro — ainda empacado pela resistência do governador em assumir o apoio à reeleição de Lula para a Presidência — dê em casamento, o peemedebista pode acabar se frustrando. É que a ala que passou os últimos anos às turras com Requião já avisou que não faz campanha para ele nem à força.


Indigestão
A direção estadual do PT, por sua vez, vai de Requião (meio contrariada). Mas os petistas do interior não prometem muito empenho — incluindo o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Subir em palanque, jamais. teria dito ele a correligionários.


Indigestão (II)
Mas não são só petistas e Requião que ficaram contrariados com a sinalização da aliança entre os dois partidos. Peemedebistas acham que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só fará mal à candidatura de Roberto Requião, já que no Paraná o tucano Geraldo Alckmin tem maioria.

Em alta
Está valendo o Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas da Prefeitura de Curitiba. A lei foi sancionada nesta semana pelo prefeito Beto Richa. Com isso, Curitiba é a segunda cidade do Brasil, depois de São Paulo, a criar um programa de PPPs.

Em baixa
A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) confirmou ontem que vai corrigir e divulgar uma nova pesquisa, até o fim do mês de outubro, sobre os números estatísticos de criminalidade no Estado do Paraná. Foi no mínimo irresponsável divulgar tal estudo.

* Esta coluna foi elaborada por Josianne Ritz com a colaboração dos editores do Jornal do Estado.