Vale tudo

Da Redação

Requião, na noite de ontem, em tentativa desesperada de salvar a candidatura de Carlos Moreira, convocou todos os ocupantes de cargos comissionados do governo do Estado para uma reunião na Sociedade Dom Pedro II. O governador quer todo mundo engajado na campanha do ex-reitor. Vale lembrar que a Justiça eleitoral proíbe funcionários públicos de trabalharem em campanhas durante horário de expediente.

Em parte
O governo Requião alardeou na terça-feira a notícia de que o Ministério Público havia arquivado a investigação sobre as suspeitas de superfaturamento nos contratos entre a Sanepar e a Pavibrás — empresa contratada para obras de saneamento no Litoral por R$ 69 milhões e que as abandonou depois de receber R$ 113 milhões do Estado através de uma série de aditivos. A informação acabou se revelando incorreta, já que a investigação foi arquivada apenas parcialmente, e vai continuar no que se refere aos R$ 5,6 milhões a mais pagos em juros.

Tiro no pé
Em tom de ameaça, o governo anunciou ainda que, diante do suposto arquivamento, a Sanepar estaria preparando medidas judiciais para “resgatar a imagem da companhia” por conta das acusações, “bem como para cobertura de eventuais prejuízos que tenha sofrido”. Resta saber se a lista de processados incluirá o presidente do Conselho Administrativo da estatal, Pedro Henrique Xavier, que foi o autor das denúncias que detonaram todo o caso — inclusive votando contra o pagamento dos aditivos à Pavibrás e admitindo a existência de um esquema para a concessão sem critério dos mesmos.

Suspeito
Na tarde de ontem, Maurício Requião estreou como conselheiro em uma sessão do pleno do Tribunal de Contas (TC). Como já era previsto, o irmão do governador se declarou suspeito para analisar quase todos os processos, entre eles os que envolviam parcerias da Secretaria de Educação — até duas semanas atrás por ele comandada — com a Universidade de Londrina.

No lixo
Apesar de ter função quase nula como conselheiro pelos próximos seis anos e seis meses, os cofres do Estado desembolsarão mais de R$ 1,7 milhão neste período para pagar o salário de Maurício Requião no TC. Isso sem considerar possíveis reajustes nos vencimentos dos conselheiros. Hoje, o salário é de R$ 22 mil por mês. Caso Requião seja eleito senador em 2010 — como prevêem analistas políticos —, o irmão segue impedido de participar da maioria das votação do Tribunal até 2014. Neste caso, o “prejuízo” para o contribuinte sobe para mais de R$ 2,7 milhões.

Justificativa
O candidato do PMDB à Prefeitura de Curitiba, Carlos Moreira, comentou ontem o resultado da pesquisa RPC/Datafolha em que aparece com 1% de intenções de votos. “Isto mostra somente o desconhecimento das pessoas quanto ao meu nome. Mas é algo normal, já esperado”, disse. Não dava para falar outra coisa.

Audiência
A página na internet do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (www.tre-pr.gov.br) atingiu ontem a marca de um milhão de acessos. Este total corresponde ao período de 21 de novembro de 2006 até 24 de julho de 2008. Nos últimos dias, a página registrou, em média, 5.500 acessos diários, atingindo picos de 7.500 em um mesmo dia.

Em alta
A pesquisa Datafolha encomendada pela Rede Paranaense de Comunicação e pela Folha de São Paulo, divulgada ontem, mostra que o prefeito de Curitiba e candidato à reeleção, Beto Richa, tem 72% das intenções de voto. Uma folga e tanto.

Em baixa
Os baixos índices do candidato peemedebista Carlos Moreira Júnior na primeira pesquisa Datafolha (1%) são, além de tudo, uma derrota para o governador Roberto Requião, que defendeu sua indicação com unhas e dentes. Com os números, a campanha se esvazia.