Vingança

Josianne Ritz com colaboração dos editores do Jornal do Estado

O governador Roberto Requião (PMDB) acabou escancarando de vez ontem que a sua guerra contra o Ministério Público não passa de uma “vingancinha” para intimar o MP por conta da ação judicial que cobra a demissão de seus parentes empregados em cargos de confiança no Executivo. Na reunião da “escolinha”, Requião classificou as supostas aposentadorias irregulares de promotores e procuradores de “nepotismo interno”, seja lá o que isso signifique.


Casta
O que fica claro é que mais uma vez Requião age não pelo interesse público da transparência e da correção. Mas sim a defesa de seus próprios interesses e de sua família, que hoje se transformou em uma espécie de “casta” encrustrada nos altos escalões do poder estadual.


Reflexo
A briga do peemedebista com o MP deve se refletir diretamente na eleição para o próximo procurador Geral de Justiça, marcada para janeiro. Os “requianistas” – representados pelo atual procurador, Milton Riquelme, estão cada vez mais isolados e desacreditados. O que favorece os grupos que não comem na mão do governador, e pretendem retomar o comando da instituição, para recuperar sua independência.


Farofa
A Assembléia Legislativa recebeu ontem com estranheza a notícia de que a lei que acabou com o voto secreto na Casa está sendo contestada no Supremo Tribunal Federal pela Confederação Nacional dos Usuários de Transportes Coletivos , que teria entre seus dirigentes o ex-deputado paranaense José Felinto. “Tem lingüiça nessa farofa”, reagiu o presidente da AL e autor do projeto que se transformou na lei, deputado Nelson Justus (DEM).


Clamor
Justus disse que a Assembléia vai defender a lei no STF. E lembrou que o fim do voto secreto atendeu ao clamor público pela transparência da atuação do Legislativo.
 
Na moita
O fato é que na Assembléia, ninguém assume a paternidade da iniciativa contra o voto aberto. Apesar de alguns parlamentares – todos da base do governo Requião – terem votado contra o projeto.


Frequência
O deputado Douglas Fabrício (PPS) contestou ontem levantamento publicado pelo Jornal do Estado na segunda-feira com base em fontes da Assembléia, segundo o qual ele teria faltado a quatro sessões desde o início do ano. O parlamentar garante que foi uma falta só, e justificada por conta de uma audiência pública no interior do Estado.


Na berlinda
Levantamento do site Congresso em Foco aponta que dos 30 deputados federais paranaenses, nove respondem a processo no Supremo Tribunal Federal. Na lista estão Abelardo Lupion (DEM), Alceni Guerra (DEM), Alfredo Kaefer (PSDB), Dilceu Sperafico (PP), Fernando Giocobo (PPS), Nelson Meurer (PP), Odílio Balbinotti (PMDB), Ricardo Barros (PP) e Rocha Loures (PMDB).


Terror
O deputado Gustavo Fruet (PSDB), que é membro da CPI do Apagão, esteve, na tarde de ontem, na Aeronáutica ouvindo a caixa-preta do vôo 3054 da TAM. “É horrível”, comentou.


Em alta
A Prefeitura, por meio da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), lançou ontem edital de licitação das obras de reforma de 17 terminais de passageiros da Rede Integrada de Transporte (RIT). O investimento é de R$ 8,46 milhões.


Em baixa
Para o senador Osmar Dias (PDT), o Paraná ainda está longe de ficar livre da cobrança da multa mensal de R$ 5 milhões aplicada pelo governo federal por conta de dívida herdada do Banestado. O governo federal lava as mãos e  não está disposto a assumir a multa.