A atitude do PMDB do governador licenciado Roberto Requião de impedir na Justiça a publicação de informações sobre o envolvimento de integrantes do governo em escutas telefônicas clandestinas — e de pedir a quebra de sigilo telefônico dos jornalistas que apuram o caso — é uma tentativa grosseira de intimidar a imprensa para evitar que a população saiba a verdade sobre o episódio. A iniciativa joga por terra o discurso moralista do governador e seus aliados, e mostra que o grupo de Requião está disposto a tudo — inclusive a violentar a liberdade de expressão e informação — para se manter no poder.
Hábito
Lamentavelmente, o comportamento de Requião e seus aliados nesse caso não é nenhuma surpresa para quem conhece a relação do governador com a imprensa. O peemedebista não sabe conviver com o contraditório. Qualquer questionamento é visto como ofensa pessoal e sempre respondido com a truculência de quem age como se fosse dono do Estado e não tivesse que dar satisfações à opinião pública.
Direito
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná divulgou nota lamentando a atitude da Coligação Paraná Forte, que apóia Requião. Para o Sindijor, a coligação tenta violar o direito constitucional de sigilo da fonte.
Tarde demais
Diante da péssima repercussão nacional da reação de Requião, o PMDB tentou, no final da tarde de ontem, alegar que tudo não teria passado de um sobrenatural mal-entendido. E que os advogados teriam agido sem o aval do governador. Não convenceram ninguém.
Congresso
O site Congreso em Foco divulgou lista com possíveis eleitos no Paraná para deputado federal nas eleições de domingo. Entre os mais cotados, 28 já são deputados federais. Outros 14 nomes seriam novidade no Congresso Nacional, mas a maioria já têm passagem política em prefeituras, secretarias ou na Assembléia Legislativa. O Estado tem apenas 30 vagas no congresso e a lista dos mais cotados possui 42 nomes.
Correios
Os Correios iniciam, na sexta-feira, a entrega das mais de 22 mil urnas eletrônicas, que serão distribuídas em todo o Estado. Ao todo são 5.741 locais de votação, em 399 municípios. Para esta operação, os Correios estarão mobilizando mil veículos e, para efetuar a entrega nas ilhas, irão utilizar quatro barcos. No final da votação, às 17 horas de domingo, as urnas serão coletadas pelos Correios e entregues nos locais de origem.
Online
Neste ano, as eleições contarão com uma novidade: o cadastro inteiro e o acompanhamento de coleta e entrega das urnas serão transmitidos on-line. A operação, que envolve mais de 2 mil empregados e terceirizados da Regional do Paraná, faz parte da nova modalidade de serviços dos Correios no setor de logística.
Em alta
A Associação dos Magistrados Brasileiros lança hoje, em Curitiba, a operação ELEIÇÕES LIMPAS. A campanha procura conscientizar o eleitor sobre a importância do voto. Os participantes conhecerão também a cartilha “Operação Eleições Limpas – A Luta dos Juízes pela Ética”.
Em baixa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou ontem o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), pela contratação dos petistas que participaram do escândalo do dossiê. Lula chamou ainda de ALOPRADOS os envolvidos na operação.
* Esta coluna foi elaborada por Josianne Ritz com a colaboração dos editores do Jornal do Estado.