Procurador do Trabalho recomenda pausa em jogos para hidratação

Fifa foi notificada para que sejam garantidos condições adequadas de trabalho para os jogadores durante a Copa

Folhapress

O procurador do Trabalho Valdir Pereira da Silva notificou na quinta-feira (29) a Fifa para que sejam garantidos condições adequadas de trabalho para os jogadores durante a realização da Copa do Mundo. O órgão recomendou que os atletas bebam água durante o jogo e até a possível realização de intervalos extras nas partidas.

A preocupação do Ministério Público do Trabalho (MPT) é com os riscos à saúde dos atletas em “razão das condições ambientais adversas, notadamente climáticas”, em que serão realizados os jogos. Por isso, o procurador recomendou à Fifa que garanta hidratação continuada aos jogadores tanto durante os treinos quanto nas partidas, principalmente quando as temperaturas estiverem elevadas ou se houver baixa umidade relativa do ar.

O ministério determina ainda que a federação estabeleça e promova pausas técnicas adicionais durante os jogos para hidratação e resfriamento do corpo dos atletas quando a temperatura do corpo dos jogadores ultrapassar os 30ºC.

Os árbitros serão os responsáveis por decidir se param o jogo e se assim o fizerem, o ministério recomenda que a intervalo dure, pelo menos, meia hora. Se a temperatura ultrapassar os 32,3ºC, o ministério recomenda que a partida seja suspensa ou até remarcada. A notificação orienta ainda que os estádios tenham infraestrutura necessária para procedimentos de urgência.

O MPT pede ainda que a Fifa garanta treinamento e ambientação com antecedência suficiente para que os jogadores se acostumem com o clima. Silva entregou o documento com oito recomendações aos advogados da Fifa, Giovani Menicucci e da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), Carlos Dittrich. Ele ressaltou preocupação especial com os jogos que serão realizados Às 13h e às 15h nas capitais Manaus (AM), Recife (PE), Natal (RN) e Brasília (DF).

De acordo com o MPT, a iniciativa surgiu após estudos realizados pela Fenapaf indicarem que os horários dos jogos nas cidades-sedes da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste são preocupantes e podem afetar a saúde do atleta. Segundo o advogado da entidade, desde 2012 o órgão tenta negociar uma mudança nos horários das partidas.