CRISTINA GRILLO RIO DE JANEIRO, RJ – Os bósnios Mujo Dukic e Dedo Besic viajaram 9.615 quilômetros para se tornarem atração no entorno do estádio do Maracanã na manhã deste domingo (15). Cercados por um mar de torcedores argentinos, os dois mal conseguiam caminhar tantos eram os pedidos para posarem para fotos ao lado dos rivais do jogo da noite e de brasileiros que passeavam na área de lazer ao redor do Maracanã.

Durante cerca de duas horas a reportagem percorreu as ruas que levam ao Maracanã. Dukic e Besic foram os dois únicos bósnios identificados. “Esporte é isso. Você pode ser minoria e confraternizar com os adversários em paz”, disse Dukic, que carregava uma réplica da taça em disputa. Os dois vieram de Bihac, cidade de pouco mais de 60 mil habitantes -menos do que a capacidade do Maracanã, que comporta quase 80 mil torcedores. Além de participar da festa, esperam pouco.

“Difícil vencer Messi”, conforma-se Besic. Desde cedo, a área do Maracanã virou uma festa. Além dos moradores da região que costumam caminhar ao redor do estádio nos fins de semana, havia famílias que desembarcavam das estações de trem e metrô para ver o estádio.

“Lá dentro não vai dar para entrar, mas pelo menos a criançada vê o Maracanã”, disse Pedro Santos, 37, que veio de Gramacho, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com a mulher e os quatro filhos. Depois da volta pelo estádio, eles voltariam para casa. “Jogo só na televisão”, disse.

Houve quem aproveitasse a festa para fazer campanha política. Bandeiras argentinas com a frase “Sempre com Cristina Kirchner – Carlos Castagneto” eram distribuídas aos torcedores. Duas longas faixas com a mesma frase foram colocadas nas grades do rio Maracanã, que passa ao lado do estádio. Castagneto é um ex-goleiro. Ligado ao kirchnerismo, ocupa uma das secretarias do Ministério de Desenvolvimento Social do país.