No treinamento coletivo de sábado (31), antevéspera da partida contra o Panamá, Thiago Silva treinava no time reserva porque seria poupado e tinha a dura missão de marcar Neymar. Numa jogada rápida, o camisa 10 deu o drible longo e passaria pelo zagueiro, que o derrubou. Neymar gritou ao cair. “Aí um torcedor ali falou ‘calma, Thiago, deixa ele’. Eu ia responder, mas fiquei quieto”, contou nesta quarta-feira (4) o capitão da seleção brasileira.
A história foi contada por ele para mostrar que a presença de torcedores, a maioria formada por patrocinadores, na primeira semana de treinamentos não agradou, pelo menos a ele. “Eu ia gritar para o torcedor para ele ficar quieto, mas preferi não falar nada. Na Europa não estamos acostumados com torcida e imprensa no treino e isso atrapalha um pouco o treino”, disse o capitão da seleção brasileira.
Além de patrocinadores, que frequentaram ao menos três treinos na semana passada, familiares dos atletas também presenciaram trabalhos de quinta a domingo. A CBF tem 14 patrocinadores e dois parceiros, que levaram clientes e até torcedores comuns para ver a seleção em Teresópolis. A promessa da CBF é que, a partir de agora, essas visitas terminem, assim como as participações, principalmente de Felipão, em programas de TV.
Familiares continuaram frequentando o ambiente, como combinado com os atletas antes do Mundial. Thiago Silva disse que está bem fisicamente, mais forte e se cansando menos nos treinos. Ele não participou do amistoso contra o Panamá, na terça-feira (3), para fazer reforço muscular na Granja Comary. E disse que treinou muito com medo de perder a vaga. “Não tem time fechado. Em 2002, como lembraram nessa entrevista, o Kleberson começou reserva, treinou bem e foi titular. Ninguém tem lugar cativo”, disse Thiago Silva.