RAFAEL REIS, ENVIADO ESPECIAL RIO DE JANEIRO, RJ – O ritmo intenso dos jogos da Copa do Mundo no Brasil e o recorde de prorrogações fizeram a Fifa resgatar a ideia de permitir uma substituição extra para cada equipe em partidas que vão além do tempo normal. O técnico francês Gérard Houllier, membro do Grupo de Estudos Técnicos da Fifa, admitiu nesta quarta-feira (2) que a proposta da “quarta substituição” no futebol voltará a ser analisada. “É uma questão que será debatida. Quando se veem jogos com tanta intensidade assim, percebemos que teríamos menos jogadores com cãibras [se permitíssemos uma mudança extra]”, disse.
O ex-comandante do Lyon e do Liverpool lembrou ainda como as substituições têm sido providenciais para definir as partidas. “Os jogos estão sendo jogados em um ritmo em que o time está entrando em colapso no final das partidas. A substituição dá sangue. Já são 29 gols marcados por substitutos [quase 20% dos 154 tentos]. A média tradicional de um torneio é de 10%. Estamos muito acima dela”, adicionou Houllier.
Cinco dos oito jogos das oitavas de final foram para a prorrogação e teriam o benefício da substituição extra caso ela já tivesse sido aprovada. Entre as outras três partidas, duas foram decididas nos minutos finais. Apenas a Colômbia teve alguma tranquilidade -para bater o Uruguai por 2 a 0. “É muito drama”, resumiu.
A International Board, órgão responsável pelas regras do futebol, já havia analisado a possibilidade de instituir uma substituição extra, além das três usuais, para jogos com prorrogação em 2012. Porém, a proposta não evoluiu.