A Fifa vai ignorar suas tradicionais restrições continentais e escalar juízes para apitar partidas de seleções da mesma confederação a que são filiados contra equipes de outras partes do planeta.

A revelação foi feita à Folha pelo chefe de arbitragem da entidade, Massimo Busacca, nesta sexta (13), um dia após a polêmica vitória do Brasil sobre a Croácia, na abertura da Copa.

O técnico Niko Kovac e jogadores reclamaram demais do pênalti assinalado pelo árbitro japonês Yuichi Nishimura, que decretou a virada brasileira -até então, o placar estava 1 a 1.

Nishimura foi escolhido porque a Fifa não queria escalar nenhum árbitro sul-americano ou europeu.

Essa política tem como objetivo evitar que os árbitros sejam expostos a suspeitas de favorecimento a times ligados à mesma confederação continental deles.

“Levaremos em conta somente a questão da qualidade do árbitro. A questão do continente não é algo que vai nos travar”, afirmou chefe de arbitragem da Fifa.

Busacca classificou o pênalti a favor do Brasil apitado pelo Nishimura como um “lance difícil” e afirmou que o juiz não teve intenção de prejudicar a Croácia.

Para o técnico croata, Niko Kovac, a Copa corre o risco de se tornar um “circo” caso a arbitragem continue se comportando dessa maneira.