BRASÍLIA, DF – Apesar da saia justa passada pela seleção brasileira ao chegar na Granja Comary e ouvir protestos de professores, o governo mantém o plano operacional da Copa do Mundo, que coloca a Polícia Federal como coordenadora da segurança das delegações, com apoio de militares e policiais de outras forças.
Em nota conjunta divulgada nesta quinta-feira (29), Justiça e Defesa afirmam que está mantido o plano operacional da Copa e que o governo federal disponibilizou “efetivos complementares” para reforçar áreas de interesse. “Em consonância com este planejamento, o governo federal disponibilizou efetivos complementares das Forças Armadas para reforçar áreas de interesse operacional, desde que exista a concordância do governo estadual.
Esta disponibilização de reforço em nada altera as competências e funções dos entes responsáveis pela segurança da Copa, já definidas no Plano Operacional”, diz a nota. O “Planejamento Estratégico de Segurança Pública e de Defesa para a Copa” foi foi assinado em fevereiro do ano passado pelos ministros Celso Amorim (Defesa), José Eduardo Cardozo (Justiça) e José Elito (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência), com a colaboração de 42 órgãos das 12 sedes e governo federal.
O documento coloca a PF como coordenadora da segurança das delegações. Nesta semana, preocupada com a segurança no período da Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff defendeu a presença do Exército em todas as 12 cidades-sedes onde serão realizados jogos do mundial. Previsto para ser usado no evento em casos de emergência e contingência, o Exército, pelos planos do governo federal, pode participar das ações de segurança da Copa trabalhando em conjunto com a Polícia Militar.
Nesta terça-feira (27), a presidente Dilma revelou a empresários, durante reunião no Palácio do Planalto, que enviou carta oferecendo o envio das tropas a todos os governadores de Estados onde haverá jogos do mundial. Segundo relato de um empresário, Dilma disse que, em sua opinião, as tropas devem ser colocadas à disposição e enviadas preventivamente às cidades-sedes da Copa. Na reunião, a presidente lembrou que ela depende da autorização dos governadores para enviar os militares, caso contrário estaria cometendo uma irregularidade. A presidente disse que, para ela, o Exército pode trabalhar em apoio à Polícia Militar, formando, por exemplo, círculos de proteção em áreas de risco, delimitando os territórios para a PM.
De acordo com o plano original, as polícias locais devem fazer a segurança ostensiva durante o mundial nas ruas. Dentro do estádio a segurança é privada. Cabe ao Exército fazer a segurança estratégica, de fronteiras, defesa química, cibernética e contra o terrorismo. Outro grupo formaria uma força de contingência, com um total de 21 mil militares das Forças Armadas. Na prática, ao enviar a carta aos Estados, Dilma se antecipa à emergência e coloca os militares à disposição para atuar junto com a polícia. Pela Constituição, contudo, o Exército só pode atuar a pedido dos Estados.