A volta do algoz: De virada, com gol no final e muita emoção, Holanda elimina o México

Ochoa, a arbitragem se destacaram na partida no Castelão. Mas o "dono da festa" foi Sneijder, algoz do Brasil em 2010

Folhapress

ANDRÉ UZÊDA E ROBERTO DIAS, ENVIADO ESPECIAL FORTALEZA, CE – Os mexicanos cozinharam os holandeses até dois minutos antes do fim do jogo. E daí os holandeses fritaram os mexicanos. A melhor seleção da primeira fase virou de maneira espetacular, despachou o México para casa com um 2 a 1 em Fortaleza e avançou às quartas.

Depois de dominar a partida, o México saiu de campo com seu estigma mais reforçado ainda: jogou como nunca e perdeu como sempre. E desta vez o time teve vários fatores a seu favor para vencer. Um desses fatores foi o calor, personagem central da partida. O termômetro marcava 29 graus Celsius, a meteorologia indicava sensação térmica de 31 graus, os holandeses pediam água na beira do gramado, a torcida se escondia na sombra, abrindo clarões na arquibancada. Outro fator foi a torcida mexicana, que cantou o jogo inteiro e desbotou o laranja holandês no Castelão.

Difícil não registrar também o papel do juiz português Pedro Proença. Atrapalhou seguidos lances por estar na trajetória da bola e dos jogadores. Interrompeu o jogo para a parada técnica quando a Holanda rodava a bola no ataque -e os mexicanos não a devolveram depois, o que motivou protesto de Robben. Deixou de marcar um duplo pênalti em Robben, quando o atacante invadiu a área e foi primeiro chutado na canela por Rafael Márquez, depois derrubado por Moreno, que acabou se contundido no lance e deixou o jogo.

Outro fator foi o goleiro Ochoa, que novamente brilhou, salvando duas bolas cruciais quando seu time vencia por 1 a 0 e foi eleito o melhor em campo. Também era visível a dificuldade dos holandeses para ficar em pé no segundo tempo, escorregando no gramado molhado e no próprio cansaço. O fator sorte também estava do lado do México. Logo no início do jogo a Holanda perdeu De Jong, contundido. O técnico Van Gaal fez o que tinha dito que não queria fazer: colocou em campo o zagueiro Bruno Martins Indi, que se recupera do traumatismo que sofreu no jogo com a Austrália.

Mas a Holanda tem um fator chamado Robben, para muitos o melhor jogador desta Copa até agora. Foi ele que chamou a bola depois que os mexicanos saíram na frente, num chute de fora da área de Giovani dos Santos no início do segundo tempo. Passou a criar seguidas chances pela esquerda, conseguindo escanteios. Foi no rebote de um deles que Sneijder -o algoz do Brasil em 2010- marcou, a dois minutos do fim do tempo regulamentar.

A placa de seis minutos de acréscimos sinalizou para os holandeses uma chance de matar o jogo. Robben não perdeu a deixa: invadiu a área pela direita e foi derrubado por Rafael Márquez, e dessa vez o juiz marcou. Huntelaar, que não havia entrado em campo nesta Copa, bateu e matou o jogo. A Holanda vai jogar as quartas de final em Salvador, no sábado (5), contra o vencedor de Costa Rica e Grécia.

HOLANDA Cillessen; Verhaegh (Depay), Vlaar, De Vrij e Blind; Wijjnaldum, De Jong (Bruno Martins Indi), Sneijder, Kuyt e Robben; Van Persie (Huntelaar). T: Louis Van Gaal

MÉXICO Ochoa; Maza Rodríguez, Rafa Márquez e Héctor Moreno (Reyes); Aguilar, Salcido, Herrera, Guardado e Layún ; Giovani dos Santos (Aquino) e Peralta Chicharito). T.: Miguel Herrera

Gols: Giovani dos Santos (M), aos 2min, Sneijder (H), aos 42min, e Huntelaar (H), aos 48min do segundo tempo.

Estádio: Castelão, em Fortaleza

Árbitro: Pedro Proença (Portugal)

Cartões Amarelos: Rafa Márquez (M), Aguilar (M) e Guardado (M)