Pela primeira vez na história do futebol, a América é da Europa. Jogando no Maracanã, a Alemanha, que já havia vencido o Brasil na semifinal por 7 a 1, derrotou a equipe da Argentina por 1 a 0 e se sagrou tetracampeã do mundo. O gol da vitória veio no segundo tempo da prorrogação, com Götze, de 22 anos, aproveitando cruzamento de Schurrle, 23, e batendo na saída de Romero, acabando com os 24 anos de jejum dos alemães, que se igualam à Itália com quatro títulos mundiais e ameaçam a hegemonia brasileira, com cinco taças.
Desde o começo, a partida se desenhou como um embate entre dois estilos de jogo bastante distintos. De um lado, os alemães com muita movimentação, posse de bola e pressão. Do outro, a Argentina, recuada, esperando pelo contra-ataque e apostando na qualidade individual de Messi para decidir.
No primeiro tempo, a posse de bola foi da Alemanha, mas as chances da Argentina. Higuaín recebeu ótima assistência de Kroos, que errou feio ao tentar recuar bola de cabeça. O atacante do Napoli, porém, perdeu a oportunidade imperdível. O jogador quase se redimiu pouco depois, ao completar para as redes cruzamento de Lavezzi. O árbitro italiano Nicola Rizzoli, porém, assinalou corretamente impedimento. Os alemães começaram a colocar as asinhas de fora apenas no final da etapa inicial. Na melhor chance, já nos acréscimos, Howedes mandou na trave.
Na segunda etapa, os dois times entraram cautelosos. Os alemães foram mais espertos: sabiam do cansaço do time de Sabella, que venceu no meio de semana a Holanda apenas nos pênaltis, enquanto os europeus passearam no Mineirão contra o Brasil (7 a 1), jogando apenas 30 minutos da partida – o resto foi quase um treinamento. O jogo, então, foi para a prorrogação.
Na prorrogação, Palacio teve grande chance, mas dominou mal e teve de tentar mandar por cobertura. Ele até tirou de Neuer, mas errou o gol. E como quem não faz, toma, os alemães acabaram sorrindo por último: aos 7 minutos do 2º tempo da prorrogação, Schurrle venceu a cansada defesa argentina pela esquerda e cruzou para Götze, livre dentro da área, vencer Romero – que ainda não havia tomado gols no mata-mata da Copa – e dar aos alemães o seu quarto título mundial – as outras taças vieram em 1954, 1974 e 1990, quando faturou o título pela última vez justamente após vencer a Argentina na final.
Alemanha com a taça. De novo.
A Alemanha se tornou a maior ganhadora da Taça da Copa do Mundo, o troféu que começou a ser dado ao vencedor do torneio a partir de 1974 ao substituir a Taça Jules Rimet. Foi a terceira vez que a Alemanha conquistou a taça. A primeira foi em 1974, quando sediou o Mundial. Já a segunda foi em 1990, na Itália, numa final contra a Argentina como agora. Assim, os alemães superaram Argentina, Brasil e Itália, que estão empatados com duas conquistas cada um. Os alemães ainda ganharam a Taça Jules Rimet em 1954, quando conquistaram pela primeira vez um título Mundial. A Argentina também buscava conquistar a Taça da Copa do Mundo pela terceira vez. A seleção ganhou o troféu em 1978, em casa, e em 1986, no México – quando também encarou a Alemanha, como agora.
Até a Copa de 1970, o prêmio dado ao campeão era a Taça Jules Rimet. A Fifa ainda havia definido que o primeiro país a vencer três vezes a Copa ficaria com a posse definitiva do troféu. A honra coube ao Brasil, tricampeão no México, numa final contra a Itália, então bicampeão e também atrás da taça. Mas o fim da Jules Rimet não foi nada nobre. Em dezembro de 1983, ela foi roubada da sede da CBF, no Rio, e nunca mais foi vista. Segundo a investigação policial, foi derretida pelos ladrões.
Em 1974, ao instituir a Taça da Copa do Mundo como prêmio, a Fifa determinou que a posse do troféu seja transitória. Assim, cada campeão recebe uma réplica banhada a ouro e antes do início do torneio seguinte ao que venceu devolve a taça para a entidade.
Segundo a Fifa, o troféu, de ouro 18 quilates, tem 36,8 cm de altura e 6,175 kg de peso. A base têm duas camadas de malaquita semipreciosa, e a parte de baixo tem gravado o nome dos campeões e o ano de cada título desde 1974.
CAMPEÕES POR TAÇA:
JULES RIMET (1930-1970) Brasil: 1958, 1962 e 1970 Itália: 1934 e 1938 Uruguai: 1930 e 1950 Alemanha: 1954 Inglaterra: 1966
TAÇA COPA DO MUNDO (1974 até hoje) Alemanha: 1974 – 1990 – 2014 Argentina: 1978 e 1986 Brasil: 1994 e 2002 Itália: 1982 e 2006 Espanha: 2010 França: 1998