O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou nesta sexta-feira (23) que uma das lições aprendidas pela entidade com a organização da Copa do Mundo no Brasil é a de priorizar estádios públicos na competição. Segundo o dirigente, “estádios privados trazem mais problemas porque todas as discussões são mais complicadas e os problemas mais difíceis de serem resolvidos”.
Somente três das arenas que serão utilizadas no Mundial brasileiro são privadas. E foram justamente elas, a Arena da Baixada (Curitiba), o Beira-Rio (Porto Alegre) e o Itaquerão (São Paulo), os que apresentaram mais atrasos nas obras. O motivo principal foi a dúvida sobre quem pagaria as contas das estruturas temporárias, que serão utilizadas nos estádios apenas durante o Mundial.
Por contrato, o custo caberia integralmente aos donos das arenas, mas Atlético-PR, Internacional e Corinthians conseguiram apoio de governos municipais e estaduais para essas despesas. No caso dos estádios pertencentes a municípios ou Estados, não houve dúvida. Os equipamentos foram pagos com dinheiro público.
“A boa notícia é que na Rússia [sede do Mundial de 2018], há apenas um estádio privado. Todos os outros são públicos”, disse Valcke. No início da preparação brasileira para a Copa, o então presidente do COL (Comitê Organizador Local), Ricardo Teixeira, afirmou que o Mundial seria bancado principalmente pela iniciativa privada. Porém, todos os estádios, inclusive os três que pertencem a clube de futebol, receberam algum tipo de investimento público, seja com injeção direta de receita ou empréstimo do BNDES.