Este assunto no meio esportivo, ajudas ergogênicas, continua sendo, se não o mais polêmico o mais discutido. Usar ou não usar ajudas extra-treinos; todos os campeões utilizam produtos ergogênicos ou anabolizantes? Na última palestra que ministrei sobre este assunto, não precisei de muitas habilidades “professorais” para prender a atenção dos alunos. Vamos aos fatos: As ajudas ergogênicas não são outra coisa que intervenções que muitos atletas usam para seu melhor rendimento. As ajudas podem ser múltiplas: mecânicas, psicológicas, fisiológicas, farmacológicas ou nutricionais. Como o espaço é pequeno, as ajudas nutricionais e farmacológicas serão as nossas preteridas.
Em 1993, por exemplo, publicou-se uma lista de 624 substâncias disponíveis comercialmente, principalmente para os culturistas. Atribuía-se para estas substâncias mais de 800 propriedades de melhora do rendimento, sendo que a maioria destas não estava respaldada por nenhum critério científico. Para que as propriedades científicas sejam realmente adequadas, a investigação científica do produto precisa estar comprovadamente avalizada por vários comitês científicos. O que não é o caso da grande maioria dos produtos. Antigamente valia até coca-cola com café preto para dar uma “turbinada”. Um dos produtos mais usados são os aminoácidos, ajudam na síntese de proteínas, assim, aumenta-se a força muscular, bem como podem ajudar na secreção dos hormônios do crescimento e da testosterona.
A combinação da ingesta destes produtos como outro qualquer é o segredo dos “bruxos” do esporte, rejeitar esta hipótese é inocência de muitos. Creatina ou metilglucociamina é outro produto muito consumido em nosso país, é uma molécula que se produz no fígado e no pâncreas a partir da glicina, metionina e arginina. Quase toda a creatina sintetizada nestes órgãos deposita-se nos músculos estriados. Ela (a creatina) é uma das responsáveis pela nossa contração muscular, ou seja, os atletas partem do princípio de que, quanto mais creatina armazenada, mais energia pode-se utilizar. Meia verdade esta, o corpo não consegue utilizar toda a creatina ingerida, portanto, um gasto financeiro e emocional jogado fora, repito, uma meia verdade, pois, alguns estudos provam o benefício deste produto.
Os mais contra-indicados e a maioria proibidos pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) são os esteróides anabolizantes, e mais usados pelos halterofilistas. A grande maioria são compostos químicos de características parecidas com a testosterona ou hormônio masculino, ajudam na síntese das proteínas contráteis. Uma pena que muitos jovens ainda fazem uso destes produtos, nos fere a todos, esquecem que, as conseqüências são trágicas e podem comprometer a saúde do atleta. Acho que os melhores ergogênicos ainda são: arroz com feijão e banana de sobremesa.
Esta coluna é de responsabilidade do professor
de Educação Física Carlos Mosquera