Estas últimas semanas futebolísticas foram pródigas em gols com a mão. Na quarta-feira da semana passada foi a vez de o Corinthians estrelar o seu teatro para justificar o gol “biciptal” do seu atacante. Na desclassificação do Paraná, a choradeira continuou, sobrou para o árbitro. Como os clubes paranaenses estão se organizando para criar uma espécie de clube dos 13, acho que deveriam pensar nesses “acasos” do esporte para sugerir a prerrogativa de uma arbitragem eletrônica.
Essa idéia da tecnologia no futebol, apoiada pelos nossos clubes, já seria um impulso para que a CBF se solidarize com a necessidade de novos recursos para um futebol mais democrático. A lógica perversa da organização do bretão pelos maiores clubes é a manutenção da ordem já consagrada. Apenas como exemplo: os árbitros continuarão sendo mais solidários aos clubes mais ricos, pois são eles que pagam a maior fatia dos seus salários, isso se essa Associação dos Clubes Profissionais vier a funcionar no Paraná.
Para evitar alguns erros grotescos no esporte mais popular do Brasil, todos os especialistas já afirmaram a necessidade de a tecnologia ajudar a retina humana. Pois então, por que a resistência a essa iniciativa, já que outros esportes já testaram e não houve reclamações? Só para citar alguns exemplos de esportes muito populares no Brasil: vôlei e basquete e suas providências.
Os dois evoluíram nos últimos anos em todos os sentidos, não há dúvida, principalmente quando pensamos nos resultados do voleibol. Mesmo a quadra sendo imensamente menor que um campo de futebol, só no vôlei são seis julgadores, dois principais árbitros e quatro bandeirinhas, fora os auxiliares na mesa central. No basquete não é diferente: os dois árbitros se revezam na quadra para que nada escape aos olhos humanos, mais as tecnologias dos mesários da partida.
É por isso que nossos clubes futebolísticos, ao pensarem em se reunir e somar forças para o bem do espetáculo, não podem esquecer esse “pequeno detalhe” – a arbitragem. Por que não uma experiência com a categoria de juniores? Por que não testar com o futebol da segunda divisão? Muitos “expertos” do bretão reclamam que o esporte vai perder a graça com essa inovação, as polêmicas serão abafadas pela tecnologia e assim não se discute mais o que mais os brasileiros gostam de fazer nas segundas-feiras.
Então, tá. Que esses mesmos especialistas avisem as suas torcidas e seus jogadores que a polêmica é apenas verbal, nada de confusão extra e intracampo. Entenderam, torcedores? Confuso, não? Tem outra. Depois que a Associação de futebol paranaense decidir sobre os caminhos do nosso futebol, sem pensar na saúde física e emocional dos torcedores, não adianta dizer depois que o árbitro agiu de má fé, ou mesmo, “não vou mais aos estádios porque o ingresso é muito caro”.
Para terminar, sempre acreditei na força de uma associação de clubes esportivos, desde que todas as ações sejam para o bem igualitário de todos os seus afiliados. Caso contrário, os pequenos continuarão sempre pequenos.