Câncer e caranguejo são da mesma linhagem: quando menos você espera, é atacado traiçoeiramente. Não se sabe muito bem como evitar a doença, mas os procedimentos mais comuns todos conhecem e muitos até se esforçam para seguir a cartilha. As expressões tumor e câncer são usadas indiscriminadamente, mas as diferenças existem. O tumor não é mais que uma massa de tecido anormal de volume variável e que, de acordo com suas características clínicas, os médicos podem classificar como malignos ou benignos.
No primeiro caso temos a espécie de “oma” e para separação entre si adota-se um prefixo relacionado com a origem da estirpe celular da sua procedência. Então, um carcinoma é um tumor maligno derivado do tecido epitelial, um linfoma é proveniente do tecido linfático e um sarcoma do tecido conjuntivo. Para citar apenas alguns exemplos. O câncer, junto com o resto dos tumores malignos, constitui a segunda causa de morte no mundo ocidental.
Essa introdução é apenas para situar a importância dos exercícios físicos na prevenção e tratamento de alguns tipos de câncer. São inúmeros os estudos científicos pelo mundo que, entre outras constatações, afirmam que o melhor redutor e preventivo desse mal, que varre milhões de pessoas por ano, são os exercícios físicos. Não vem ao caso, agora, citar as procedências desses estudos, mas a necessidade em se manter em atividades.
Com apenas algumas horas da semana, com exercícios aeróbios, os cientistas perceberam que os efeitos são mais eficazes que os próprios remédios, como a quimioterapia. Não se faz referência às exclusões desses procedimentos terapêuticos, mas sim um complemento. Não há outro procedimento terapêutico pesquisado até os dias de hoje que possa competir com os exercícios físicos. A pergunta que se faz à população em geral, e aos próprios médicos, é: por que não fazemos os tais exercícios? Por isso que pedimos passagem a outras ciências – sociologia, antropologia, psicologia e outras – para explicar os motivos dessa resistência.
As próprias idéias de Marx podem ser uma das explicações para deixarmos nossa saúde por conta de terceiros. Os planos de saúde agradecem essa terceirização. Capitalismo selvagem, como já foi cantando em músicas, também nos impede de alguma reação. Quando todas as ciências se reunirem e provarem que somos presos por armadilhas que até a própria razão desconhece, ficaremos mais aliviados e, quem sabe, mais livres para fazer o que nos é mais interessante.
Esta coluna é de responsabilidade do professor de Educação Física Carlos Mosquera – cfmosquera@gmail.com