Depois da
coluna da semana passada, quando mencionei a falta de planejamento dos
nossos clubes profissionais, por acaso, fui conhecer o Clube Triste, em
Santa Felicidade. Tenho que reconhecer que, mesmo o Clube sendo amador,
a movimentação de reformas e de estrutura no atendimento as categorias
de base, são coisas de clube muito bem organizado.
A fórmula
não é segredo, um bom patrocinador, digo melhor, um empresário que não
quer lucros à curto prazo e um dirigente especializado na área. Esta
pessoa é um professor de Educação Física, chama-se Mauro Marturelli
Jr., assessorado por outros professores, todos especializados e
treinados nas suas respectivas áreas.
O Trieste inaugura ainda
este ano, quatro piscinas para treinamentos e recuperação de atletas,
quadras de grama sintéticas cobertas, ginásios, sala de musculação e
tudo que serve para atender corretamente um garoto a partir dos dez
anos. Alguns meninos moram nos alojamentos do Clube, assistidos por
psicólogos e assistentes sociais.
A escola é obrigatória, bem como
um boletim recheado de notas convincentes, é a principal lei imposta
pela administração. Quer mais, o clube foi campeão em quase todas as
categorias que disputou no primeiro turno deste ano, inclusive invicto
na idade dos mirins.
Não é segredo, segundo me contou
Marturelli, alguns jogadores já foram cedidos para clubes do exterior,
tamanha é a qualidade dos rapazes que jogam no Trieste. Pois bem,
planejamento se faz buscando sempre os melhores resultados,
interferindo nas deficiências e incentivando nas qualidades e
fortalecendo-as, é o esperado que todos façam isso.
Igual a
nossa colonização, o bretão sempre foi improvisado e essas
características já fazem parte do nosso cotidiano, inclusive dos nossos
clubes esportivos, por isso que sempre deixamos escapar as melhores
oportunidades. É evidente que, ao final todos querem lucros, mas só
isto não basta, ou seja, necessita-se manter um bom plantel com reais
chances de brigar por títulos importantes, é o que todo torcedor sonha,
coisa que o Atlético sempre buscou mas, parece que os vícios impedem-no
de manter os bons planejamentos.
Agora vem o Trieste e começa
a “morder pelas beiradas”, espero que consiga trilhar a rota mais
saudável e consiga cumprir o que está planejando, caso contrário perde
o patrocinador, os atletas e eu, por acreditar que ainda é possível
planejar.
Esta coluna é de responsabilidade do professor de Educação Física Carlos Mosquera