A revista Veja desta semana publica mais uma reportagem sobre os índices considerados saudáveis para a saúde dos brasileiros. Não só essa revista como outros meios de comunicação estão sempre de plantão para mostrar e comprovar o que precisamos fazer para estarmos sempre em boas condições de saúde, independentemente de “quem somos e o do que precisamos”.
Como esse tipo de leitura já é freqüente, acho que, em muitos casos, a informação acaba atrapalhando nossas ações diárias. Só para se ter uma idéia da confusão, no início da década de 90 a pressão arterial ideal era de 16 por 9, hoje consideramos ideal 12 por 8, coisa que os americanos já consideram como pré-hipertensos. Quais os números que devo seguir? Uma coisa é certa, e pouco respeitada e compreendida por nós: indivíduos saudáveis ou não, somos nós mesmos que conhecemos o que está bem ou não em nosso organismo. Escutamos muito pouco o nosso “interior”, não é hábito parar e “escutar” o que está acontecendo com o nosso organismo. Sempre pedimos ajuda a um terceiro, quase sempre um médico, quando muito a um pai-de-santo.
As pesquisas, em geral, quase sempre são realizadas com uma população muito homogênea – da classe média americana -, que tem o costume de comer muita gordura e exceder o peso para manter a característica principal. Nós não temos estudos sérios com uma população nordestina, por exemplo, muito menos com os “carrinheiros” de Curitiba. Como esta população se cuida? Quais os índices metabólicos desses indivíduos? Por que estas pessoas não morrem quando contraem a primeira doença?
Lembram quando se dizia que tomar muito sol poderia contrair um câncer de pele? Pois bem, agora os pesquisadores dizem que o sol é fundamental para a produção de vários hormônios e, sem eles, nosso organismo deixa de funcionar. Leio esta semana que o uso de telefones celulares pode ser o responsável pela irradiação e formação de células cancerosas. Esse estudo é de uma instituição muito séria, e será muito divulgado em breve. Por isso, então, voltamos a usar o “orelhão”?
Caro e raro amigo leitor: muitas vezes os índices de saúde só atrapalham. O correto, mesmo, é dar prioridade ao bem-estar do seu corpo. Quando digo corpo, quero dizer o “conjunto”, o resto é propaganda para investirmos em algo. Invista em você mesmo: viva.
Esta coluna é de responsabilidade do professor de Educação Física Carlos Mosquera