O título da matéria induz a pensarmos nas quedas das bolsas mundiais que ocorreram ontem quando todos perderam. Quem gosta de aplicar o dinheiro na bolsa de valores, acho que esta noite o sono não foi bom, não é o meu caso, lógico. Mas não é de bolsas e nem das quedas de bolsas que gostaria de comentar, mas sim, dos nossos escorregões diários e das nossas quedas.
Não é segredo que, depois de uma certa idade, as quedas decorrentes de fraquezas musculares, escorregões e a inabilidade para uma troca de passos eficientes é uma constante. Os hospitais estão lotados de idosos, na sua grande maioria, reparando o que de “inesperado” aconteceu. Pensando bem, esse ciclo, além de perverso é lucrativo pra muitos, ou seja, se caímos e sofremos, alguém precisa tratar e outro precisa medicar. Com isso, todos ganham e todos perdem. Explico-me. Ganham todos porque depois da queda e da cirurgia do colo do fêmur, os pacientes voltam a uma vida normal.
Os médicos e laboratórios vivem dos tratamentos que realizam com estes tombos “inesperados”. Perdemos porque, além dos gastos com o tratamento, deixamos de fazer muitas outras atividades que consideramos como básicas do cotidiano. Os médicos perdem quando os resultados dos tratamentos não são os esperados. Enfim, do “inesperado” acontece o previsível. Insisto com esta expressão porque se tivéssemos alguns cuidados permanentes com a condição física, isso possivelmente não aconteceria, então, deixa de ser inesperado.
Já escrevi em outras colunas sobre a perda de massa muscular que sofremos durante a vida; isso é acelerado depois dos 35 anos, perdemos em média 1% ao ano. Lógico que é uma perda sensível e, pior, se nada fizermos; as quedas, as imobilizações e cirurgias serão rotinas. Mantemos assim o ciclo da doença e da perda.
Principalmente nas mulheres, a osteoporose e a osteopenia também fazem parte deste ciclo perverso, tudo somado, os hospitais e clínicas permanecem lotados. Para esta perda de massa muscular não ocorrer de uma forma tão intensa, basta seguir a rotina que também aqui, já foi comentado. Caminhadas e exercícios aeróbios diários, só assim rompemos com este ciclo da doença.
Se pensarmos em custo e benefício do que fazemos em nosso dia, vamos perceber que esta rotina de exercícios ainda é mais lucrativa, investimos agora para não gastarmos amanhã. Pode ser que você, amigo leitor, esteja apenas investindo no presente, e o futuro não esteja nos seus planos. Mesmo assim, cuide-se, os escorregões da vida também acontece com os mais fortes.
Esta coluna é de responsabilidade do professor de Educação Física Carlos Mosquera