Uma matéria da Folha de S.Paulo da
semana passada revela uma pesquisa da SBC (Sociedade Brasileira de
Cardiologia) que metade dos brasileiros é sedentária. Estes números
aumentam conforme a idade, segundo a Folha. Dos 18 aos 24 anos, 39% dos
brasileiros não praticam atividades físicas.

Os números assustam mais ainda na medida em que os brasileiros ficam
mais velhos, na faixa de idade de 25 a 44 anos, a taxa de sedentarismo
é de 53%. No caso dos idosos de 60 a 70 anos os valores são de 57% dos
que não fazem nada. Este resultado, que foi debatido no Congresso
Brasileiro de Cardiologia na semana passada, prova mais uma vez o que
esta coluna discute quase todas as semanas.

A necessidade das pessoas, independente da idade, de se mexerem mais,
isto porque a grande maioria das doenças deste século são provocadas
pelo sedentarismo da população. A mesma matéria também informa que o
país mais ativo, ou seja, menos pessoas sedentárias é a Finlândia, com
apenas 8% não-adeptas de atividades físicas. Nosso presidente Lula, bem
que podia, já que está visitando a Finlândia esta semana, conhecer o
modelo que este país adota para fazer o mesmo no Brasil.

Alguns indicativos dessa nossa preguiça, todos já conhecemos, mas, não
custa reforçar. Mecanização dos hábitos de vida, controle remoto para
tudo, inclusive o uso demasiado do carro. Deixamos de andar em nossas
calçadas devido à violência e a arquitetura inapropriada para o passeio
à pé. As bicicletas foram esquecidas nas garagens à tempo, nossa
cultura do trânsito não permite mais estas “aventuras”.

Alguns podem lembrar das ciclovias, mesmo assim para chegar à elas já é
um stress, à noite, nem pensar. Por isso, somos empurrados para
academias fechadas, que nem sempre atende o interesse do grande
público, principalmente pelos preços abusivos.

Como nosso prefeito foi lembrado como o mais competente do país, é bom
que ele não esqueça destes requisitos para os próximos projetos da
cidade. As pessoas se violentam toda vez que são impedidas de se mexer,
os carros acabam sendo os motivos do aparecimento de muitas neuroses.
Com as ruas, praças e parques “abertos” para a prática de alguma
atividade física, a cidade se humaniza, basta uma olhadela na Finlândia.


Esta coluna é de responsabilidade do professor de Educação Física Carlos Mosquera