Na semana passada ocupei este espaço escrevendo sobre algumas alternativas consistentes para o esporte no próximo governo estadual. Não sei se fui feliz, pois, os relatos de alguns governantes para os planos de governos continuam sendo o de enxugar a “máquina”. A contra-prova da necessidade de criar a Secretaria do Esporte talvez possa ser explicada por números políticos. O desemprego em nosso país passa dos 10% e, entre os jovens de 15 a 24 anos pulou de 35% para 40%. Estes números explicam à criminalidade, a exclusão, a implosão das famílias, o desamor ao estado. Sei que estas iniciativas são responsabilidades federais, mas, também sei que alguma coisa precisa ser feita aqui na nossa terrinha. Aproveitando dados do IBGE numa amostragem da faixa etária de 15 anos em nosso estado. Representam um total de 185.000 jovens. Muito bem, destes, quantos estão praticando alguma atividade física orientada? Os números do desemprego associados à ociosidade são fruto direto da falta de oportunidades, da falta de esporte na escola ou associações de bairros. É alarmante o crescimento de jovens sem um direcionamento para alguma atividade produtiva. Também é consenso que todas as escolas reclamam do comportamento dos jovens nessa faixa etária, a idade ideal para o início de treinamento de alto rendimento. Criar uma Secretaria de Estado por criar é atender favores políticos, conchavos. Agora, planejar pelo esporte, tirar da rua, oferecer uma “bolsa esporte” e encaminhar para novas oportunidades é o que realmente o esporte pode fazer por um estado mais justo. Com isso, as Secretarias estariam ofertando mais empregos aos professores, as federações estariam mais fortalecidas, os jovens ocupados e o estado melhor representado. São inúmeras as vantagens do incentivo ao esporte, a população e os governantes não podem esquecer que, acima de tudo estamos melhorando a educação do estado, capacitando mais profissionais, bem como sonhando com um mundo melhor. Parcerias também são necessárias, praças e escolas públicas deveriam ser ocupadas nos finais de semana e em todos os dias à noite. Treinos, competições, apresentações, dança, folclore, pintura, teatro. Quantas coisas deixamos de oferecer aos nossos jovens. O que eles fazem nos finais de semana? Quem pode vai ao shopping e quem não pode, pensa em fazer o quê?


p.s. aos interessados em políticas do esporte com eficiência, informe-se na cidade de Maringá.
 
 
Esta coluna é de responsabilidade do professor de Educação Física Carlos Mosquera