Pubalgia nos esportes

Carlos Mosquera

É freqüente ouvirmos sobre o afastamento de jogadores do futebol para o
tratamento da pubalgia. Por que esta lesão é tão comum em jogadores de
futebol? Esta pergunta é oportuna, pois, muitos atletas permanecem “de
molho” por muitos meses e com isso comprometem suas equipes e a sua
própria vida esportiva. O termo publagia é relatado na literatura
científica desde 1924, por Beer, com o nome de osteíte do púbis. Desde
á primeira citação, mais de quarenta definições, usando outros nomes,
já foram divulgadas, quase todas para nomear a mesma lesão, o que muda,
entretanto, é a área do quadril analisada. O púbis e a sínfise púbica,
que é uma articulação, atuam como eixo de apoio do tronco e dos membros
inferiores. Para uma melhor localização, os pêlos pubianos recobrem
esta área. Ali localizam-se também as inserções dos músculos do abdome
e dos adutores do quadril (os músculos próximos da virilha). Então,
para responder a pergunta inicial, pode-se supor que, pelo excesso de
movimentos dos membros inferiores para chutar, passar ou cruzar uma
bola, toda essa região ou articulação sofrem sobrecarga. Isto é mais
fácil quando há um desequilíbrio de forças musculares que sustentam
estes movimentos do chute e da corrida. Não é raro encontrarmos muitos
maratonistas e triatletas com pubalgia, todos esses esportes também
sobrecarregam a sínfise púbica. Uma outra pergunta freqüente sobre esta
lesão; por que a incidência da pubalgia  em não esportistas, ou os
esportistas de final de semana, já que supõe-se que nesta população não
há sobrecarga. Para desmistificar um pouco este fato, pode-se afirmar
que, qualquer esforço além do esperado pelo organismo, principalmente
os esforços exagerados, provocam micro-lesões, ou também, lesões
sérias. Segundo, o mais comum no meio dos pretensos atletas, há uma
hipertrofia numa musculatura, os adutores do quadril, por exemplo, e
uma fraqueza acentuada em abdominais. O contrário também é possível. E
isso também ocorre com freqüência em atletas profissionais, talvez aí
pelo próprio descuido físico. Como o espaço é curto, diria que um bom
preparo físico, aliado a um planejamento cuidadoso, evitando terrenos
inapropriados, calçados especializados para a atividade e evitar o
excesso de movimentos físicos localizados no mesmo dia, podem, de
alguma maneira ajudar a prevenir esta lesão. Alguns mais radicais podem
retrucar, “mais eu vivo disso, como vou diminuir minha atividade
física?”, respondo, então “vivo disso, por isso relatei o caso”.

Esta coluna é de responsabilidade do professor de Educação Física Carlos Mosquera