Entre as lendas e os mitos do início de um esporte para crianças e, do
custo e dos benefícios da mesma atividade para adultos, o que fica e o
que importa é o começar. Não existe nada cientificamente comprovado se
há um esporte ideal para as crianças, nem mesmo a idade mais
apropriada. Muitas escolas de natação estão preparadas para receber
bebês com meses de vida, nas pré-escolas e berçários, várias atividades
físicas são ofertadas.

O que importa nesta trajetória toda é saber a idoneidade da escola e do
professor da iniciação. O que sobra? A própria seleção da “espécie” vai
dizer se essa criança continua ou não praticando o esporte desejado.
Acompanhado a isso estão outros fatores como, estímulo dos pais,
instalações esportivas adequadas, professores competentes e
principalmente, a dose de exercícios correta.

Nesta enxurrada de informações sobre o Pan, muitas crianças aproveitam
para pedir aos pais começarem num novo esporte, por isso que, muitas
vezes a preocupação com o esporte ideal é desnecessária. Também não
adianta ficar na beira da quadra ou da piscina e ficar gritando para o
filho ganhar, esse não é o papel da formação.

O exemplo negativo neste Pan foi as vaias do Oscar, o do basquete, e as
provocações físicas do Aurélio Miguel, do judô, manifestações
anti-esportivas, o que parece é que o esporte não ensinou nada à essas
personagens esportivas. Voltando às crianças, o papel principal da
iniciação é a familiarização com a atividade desejada, seja ela a água,
tatames ou mesmo as quadras.

Não existe nada mais do que isso, a continuação desta iniciativa quem
vai determinar é o próprio talento da criança, coisa que os pais não
podem interferir diretamente. O recado para os pais é “ofereça”, depois
da experimentação, as respostas aparecerão automaticamente. Se esta
criança continuar praticando esportes na fase adulta , valeu à pena a
iniciativa.

Agora, no caso dos mais velhos, não existe nenhuma negociação para as
desculpas da hipocinesia. O exercício deve ser encarado como um
remédio, pode até ser um homeopático, mas uma necessidade. Os
canadenses estão recomendando até o passeio com o cachorro como uma
atividade física importante, atende até os próprios animais.


Esta coluna é de responsabilidade do professor

de Educação Física Carlos Mosquera