Depois dos resultados olímpicos, o atual presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anuncia – à última hora, como é de seu estilo – a eleição para o comando do Comitê até 2012. Como as confederações não foram comunicadas com antecedência, teremos apenas chapa única. Pronto, fica por isso. E o que é mais absurdo é saber que as próprias confederações se omitem diante do descalabro, talvez até porque não queiram perder a viagem para Londres.
Como a Globo perdeu os direitos de transmissão dos próximos Jogos Pan e Olimpíada, discute-se internamente se ainda é interesse cobrir os esportes olímpicos. Mais uma vez o esporte servindo como jogo de interesses. E já que estou comentando sobre esporte olímpico, a pergunta que não quer calar: o que será feito do espaço físico e da estrutura deixados pela Confederação de Ginástica?
O Paraná Clube ainda respira ares de 3.ª Divisão e a direção do clube já pensa no G4 da Segundona. Bom senso é o que falta aos nossos clubes. Apresenta-se um discurso otimista em “final de feira” para encobrir os erros de planejamento. Acho que os futuros presidentes de clubes esportivos, para qualquer esporte, deveriam passar por cursos preparatórios de administração. A mesma idéia já foi apresentada para os diretores de escolas públicas. Mesmo essas pessoas sendo eleitas pela maioria dos votantes, não se conhece na intimidade a capacidade administrativa dos preferidos. Quem sabe com um curso intensivo as coisas não mudam.
Por falar em curso intensivo, a Federação Paranaense de Futebol poderia aproveitar a sua estrutura, inclusive do Pinheirão, que está apodrecendo por falta de reparos, e organizar cursos permanentes para administradores, árbitros, massagistas, gandulas, roupeiros, assessores jurídicos, preparadores físicos, técnicos entre outros. Deixar de ser um “elefante branco” para colaborar efetivamente com o esporte regional e não apenas fazer tabela de campeonatos. Pelo menos assim já teríamos em nosso Estado um museu do futebol. Não precisaríamos copiar de ninguém algumas propostas viáveis e concretas que mantêm viva a história do nosso futebol e de outros esportes.
Recordo-me que em outras administrações esportivas planejava-se fazer do bairro Tarumã, onde estão localizados o ginásio Almir Nelson de Almeida, o Jockey Club, o Colégio Militar e o próprio Pinheirão, uma espécie de Eixo de Excelência do Esporte. Pois é: governo vem, governo vai e nada sai do papel. O Ginásio do Tarumã como é conhecido, continua há mais de quatro anos sem atividades, o Pinheirão serve apenas para venda de carros usados e o Jockey (com espaços enormes, além dos destinados aos cavalinhos, obviamente), para a realização de festas. E os nossos atletas sem lugar para treinar.
Eis aí uma proposta de governo para os próximos candidatos.
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