Depois da ressaca de Olimpíada, voltamos ao nosso estágio letárgico de sempre, engolindo vergonhosamente as mesmas desculpas de sempre. As lágrimas derramadas pelos nossos atletas olímpicos nos deixam anestesiados com a nossa triste realidade esportiva.

Mas o assunto é outro, que preocupa os torcedores paranaenses na mesma proporção, se não for mais. Com exceção do Coritiba, os outros dois times balançam na tabela como cigarro em boca de bêbado. Em certos momentos, parecem que serão engolidos.

Começamos pelo meu Paraná, digo meu porque sou um dos descontentes torcedores. Fico me perguntando e, não só eu, como este time chegou a esta posição? Acabou de sair da série A e, mesmo sabendo das dificuldades da Segundona, continua assustando cardíacos torcedores e fanáticos observadores. As dificuldades para se manter nesta competição são tão grandes que, se cair novamente, dificilmente o futebol do Paraná sobrevive. Como esta diretoria alega que os rombos financeiros eram grandes, esqueceu de pensar no principal, o time. O que virá pela frente ninguém sabe, mas, ou reage ou vira cinzas.

No Atlético, as coisas não são muito diferentes, a diferença é que esse time costuma ressurgir sempre (prometi não escrever “como fênix”). As mudanças na hora em que a “água subiu” foram providenciais. Técnico, preparador físico e alguns novos jogadores foram as mudanças encontradas para “tirar o bode da sala”. Também não sei se surtirá efeito a curto prazo, a única coisa que todos sabiam era que alguns jogadores atleticanos não podiam sair do Clube no início do campeonato. Além de fazer dinheiro, qual a outra estratégia do Atlético para dispensar tantos jogadores? Não souberam escolher as reposições? Uma pena que tudo isso esteja acontecendo com os dois clubes. Pela história, nós torcedores poderíamos estar curtindo tranqüilamente a participação  das nossas equipes no campeonato mais difícil do mundo.

Para o Coxa, sobrou a sensatez de não vender seus jogadores de maior valor. Mas acho que só isso também não basta, mesmo o Coritiba mostrando-se competitivo. Não existe neste time um banco que possa suprir alguns bons jogadores titulares. A equipe passa por um bom momento, inegável, e este estágio só pode ser consistente se o time se mostrar consistente. Empatar e perder para os times mais fortes em casa deixa a impressão de que estamos apenas numa boa fase, mas nenhuma certeza. Segurar os jogadores mais valiosos e reforçar com boas e baratas contratações é a alternativa mais salutar para todos os apaixonados pelo Coxa. Caso contrário, corre o risco de fazer companhia para os outros dois times. 


Esta coluna é de responsabilidade do professor de Educação Física Carlos Mosquera – [email protected]