Ontem, pela internet, soube da morte do ex-atleta Australiano Peter Norman, um exemplo que todos os iniciantes e os já consagrados do esporte deveriam saber porquê ele ficou conhecido. Foi um velocista, corria provas de 100 e 200 metros mas, ficou consagrado na prova dos 200 m. Seu maior papel no esporte foi fora da pista, na entrega de medalhas na Olimpíada de 1968. Na ocasião, subiu ao pódio ao lado dos Panteras Negras, dos atletas americanos Tommie Smith e John Carlos, campeão e terceiro colocado respectivamente. Estes, na hora do pódio, vestidos de preto, baixaram a cabeça na hora do hino americano, um protesto simbólico contra o racismo nos EUA. Norman pegou carona com este manifesto, usou um distintivo oferecido pelos americanos, em favor dos direitos humanos. A conseqüência deste ato político dos americanos foi a expulsão da equipe olímpica e, o recorde Australiano dos 200m. de Peter. Todos falamos sobre os benefícios do esporte, coisa que nem sempre constatamos na prática. Ações diretas como essas da Olimpíada do México mostram como os nossos atletas poderiam contribuir com as questões sociais que tanto prejudicam a nossa cidadania; segurança, educação, saúde e racismo. Os profissionais do esporte, quase sempre estão longe destas causas, o que não deveria acontecer, pois, os mais jovens também precisam de modelos. Bom, voltando a Peter Norman, a suspeita da morte foi a de um ataque cardíaco fulminante. Suspeita-se até da homocisteína, assunto que começa a aparecer com mais evidência nos dias de hoje. O aminoácido essencial metionina quando em excesso, pode se transformar em homocisteína e, quase sempre se degrada novamente em metionina. Quando isso não acontece, ou seja, a homocisteína não se degrada, ela pode acabar entupindo a passagem de sangue de algumas artérias. Por isso a morte de muita gente decorrente desta falha no metabolismo de um aminoácido. Mais um motivo interessante para um check up anual, para prevenir algumas surpresas que a vida pode proporcionar. Isto porque Norman tinha apenas 64 anos, quem sabe poderia ainda estar combatendo o racismo. Estas manifestações mostram mais uma vez que, nem sempre a gente vai ser lembrado pelos “nossos recordes” e sim pelos nossos exemplos.
Transformação pelo esporte
Bem Paraná