
‘Bambi’ e ‘A Guerra dos Roses’ estão de volta aos cinemas. Ambos estreiam hoje em Curitiba. Contudo, não se trata dos retornos desses clássicos às telonas. Ambos ganharam refilmagens e nomes repaginados: ‘Bambi: uma Aventura na Floresta’ e ‘Os Roses: Até Que a Morte os Separe’. Coincidentemente, vão estrear juntos.
Bambi
No caso de Bambi, até que demorou para sair um live-action do aclamado desenho de 1942. Afinal, virou moda a Disney repaginar suas animações clássicas. Já fez ‘Cinderela’, ‘Mowgli’, uma versão alternativa de ‘A Bela Adormecida’ focada na Malévola, ‘O Rei Leão’, ‘A Bela e a Fera’, ‘Branca de Neve’… Opa, pera, esse Bambi não é da Disney, e sim uma produção francesa. E tem uma premissa curiosa para os dias de hoje: totalmente filmado com animais de verdade, nada em CGI, prometendo uma experiência visual que remete a um documentário de vida selvagem. Sem a assinatura de Walt Disney, que concebeu e supervisionou a animação de 1942. Desta vez, o roteiro é de Michel Fessler, um dos responsáveis por ‘A Marcha dos Pinguins’, que divide a direção com Tristan L’Hermite.
Basicamente, a história não é diferente do que já foi visto. O jovem cervo Bambi se encanta com o mundo à sua volta, guiado pela ternura de sua mãe. Ele descobre a amizade com os outros animais e se apaixona por Falina. Contudo, sua vida muda quando perde sua mãe para caçadores. Em meio à dor, Bambi encontra apoio em seu pai, o Príncipe da Floresta, que o prepara para enfrentar os desafios desde a infância até a fase adulta, passando pela adolescência.
‘Bambi’, para quem não sabe, é baseado em um livro do escritor austríaco Felix Salten, lançado em 1923. E aqui cabe um comentário: no desenho animado, a morte da mãe de Bambi pelas mãos dos homens (esse spoiler prescreveu) é a segunda morte mais traumática da história das animações, atrás apenas do que aconteceu com o rei Mufasa em ‘O Rei Leão’ (esse spoiler também prescreveu). Pois no livro de Salten ela é pior, bem pior. E no novo filme? Então…
Os Roses
‘A Guerra dos Roses’ é um filme de 1989 estrelado por Michael Douglas e Kathleen Turner. Douglas e Turner, muito amigos fora das telas, mostraram ótima química como um casal que se amava, mas que passa a se odiar. O ponto central é ambos querem se separar, mas ninguém quer largar a boca, quer dizer, a casa. Isso faz com que um busque se vingar do outro – cada vez mais sem limites. O ator Danny de Vito dirigiu o filme original.
O novo filme tem direção de Jay Roach a partir de um roteiro de Tony McNamara. Mas a premissa é a mesma. Theo Rose (Benedict Cumberbatch) e Ivy Rose (Olivia Colman) decidem se separar após se darem conta que o convívio ficou inviável. Tudo porque a carreira dela como chef de cozinha deslanchou, ao passo que a dele, como arquiteto, naufragou. Novamente, ambos querem se separar, mas ninguém quer largar a boca, quer dizer, a casa. Theo projetou e construiu a mansão, mas com o dinheiro de Rose.
‘Os Roses’ também é baseado em um livro: ‘The War of the Roses’, de Warren Adler, lançado em 1981. Em relação ao filme original, há uma exposição maior do machismo de um homem que não suporta ver a mulher com mais sucesso que ele. Contudo, a química de Benedict Cumberbatch e Olivia Colman fica aquém do esperado nesse filme que prometia humor ácido – até porque trata-se de dois grandes atores. ‘Os Roses’ rende algumas boas risadas, nada mais. Traumático mesmo é ver de novo a morte da mãe de Bambi.