Chimarrão, histórias e sabores: Paraná leva cultura e tradição ao Rio durante exposição sobre a Mata Atlântica

Editado por Alana Morzelli
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Foto: Patrick Lima.

Reunir amigos, familiares e curiosos em torno da roda de chimarrão, contar histórias e deixar a cuia girar de mão em mão. Foi nesse clima de acolhimento e troca que aconteceu a ação de contação de histórias durante a Semana Paraná, apresentada no Rio de Janeiro como parte da exposição Sinta o Sul – Bioma Mata Atlântica, no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB).

A atividade envolveu oralidade, música e teatro para narrar lendas tradicionais como a da Gralha-Azul, das Encantadas e da Erva-Mate — ícones do imaginário paranaense. A performance percorreu toda a área da mostra, atraindo olhares atentos e curiosos ao som das palavras e dos instrumentos.

“Assim colocamos o Paraná nos holofotes, demonstrando a riqueza dos saberes e fazeres dos nossos artesãos, que desenvolvem peças que refletem a história e a cultura do estado. Isso contribui diretamente para dinamizar a economia local”, destacou Patricia Albanez, coordenadora de Turismo, Economia Criativa e Artesanato do Sebrae/PR.

Entre o público encantado, estava Taís Cristine de Barros Tayão, moradora do Rio. Acompanhada pelos dois filhos e pela irmã, ela se surpreendeu com o que aprendeu sobre o Paraná:

“Não sabia da força do estado na produção de erva-mate, nem que grande parte do que consumimos aqui vem de lá. No Rio, tomamos do nosso jeito: com a erva torrada, água gelada e doce. Foi muito prazeroso aprender com um chef a montar a cuia de chimarrão. Uma experiência única e diferente.”

Além da roda de histórias e da vivência com o chimarrão, os visitantes participaram de uma oficina gastronômica que evidenciou os produtos paranaenses com Indicação Geográfica. Pratos preparados incluíram a recém-reconhecida tangerina ponkan de Cerro Azul, a broa de centeio de Curitiba, a cracóvia de Prudentópolis e os queijos coloniais da colônia Witmarsum.

As ações da Semana Paraná são resultado de uma parceria entre Sebrae/PR, Fecomércio PR, Sesc, Senac e o Governo do Estado do Paraná. Para a diretora de Educação, Cultura e Ação Social do Sesc Paraná, Lidiane Galvan, o evento representou muito mais do que uma simples mostra:

“Foi um momento de troca, fortalecimento e celebração da identidade paranaense. As atividades foram pensadas para que o público conheça, viva e mergulhe na nossa cultura — e, sobretudo, para que ela alcance o maior número de pessoas possível.”

A programação continua nos próximos dias com a oficina de artesanato “Fios da Floresta: introdução ao Punch Needle”, ministrada pela artista têxtil Patrícia Malenski Matosita (Kotori). A técnica, que utiliza uma agulha oca para criar relevos em tecido, será ensinada em sessões na sexta (1º), às 14h, e no sábado (2), às 10h e às 14h30, reforçando a importância do artesanato como expressão cultural do território.

A exposição Sinta o Sul – Bioma Mata Atlântica segue em cartaz no CRAB, reunindo 2.000 obras feitas com cerâmica, madeira, fibras e materiais recicláveis por artesãos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O espaço dedicado ao Paraná ocupa 397 m², com 621 peças assinadas por 170 artesãos locais.