Ensaio Estúdio – Tem um nome pra isso
Comédia “Tem um nome pra isso”. Na foto de Gabriel Rega, o elenco de “Tem Um Nome Pra Isso”, Carla Rodrigues, Heloísa Rodrigues, Léa Albuquerque e Mevelyn Gonçalves, com a diretora Pagu Leal (Ensaio Estúdio)

Em cartaz no Teatro Barracão EnCena de 22 de agosto a 14 de setembro, espetáculo “Tem Um Nome Pra Isso”, escrito e dirigido por Pagu Leal, mistura humor ácido e crítica social para expor as contradições da maternidade e o peso invisível que ainda recai sobre as mulheres.

O Teatro Barracão EnCena recebe a estreia do espetáculo “Tem Um Nome Pra Isso – Canção de Ninar Mães”. A montagem, realizada em parceria com a Sociedade Poética, apresenta uma comédia de tons ácidos e toques de ternura, revelando as contradições da maternidade contemporânea e o peso invisível que muitas mulheres carregam diariamente.

De acordo com a diretora, o espetáculo é mais do que uma comédia, “é uma tentativa de nomear os sentimentos contraditórios da maternidade, do estresse, da fadiga crônica das mulheres e tantas outras mazelas mentais e físicas que vêm embaladas de canções infantis e tons pastéis”, revela.

O enredo gira em torno das mulheres da família Albuquerque e os diferentes modos como cada uma lida com a maternidade — ou com a escolha de não ser mãe. Inês, a matriarca, rompe com a imagem tradicional da avó carinhosa ao manter uma relação fria e distante com as filhas e netos. Luiza, mãe solo de quatro filhos, sobrevive à exaustão da múltipla parentalidade sem qualquer rede de apoio.

Sua filha mais velha, Maria, prestes a completar 18 anos, sustenta a rotina da casa como uma verdadeira babá dos irmãos, enquanto sonha com uma vida longe dessa sobrecarga. Já Carolina, irmã de Luiza e mulher sem filhos, enfrenta uma batalha silenciosa: é perseguida ideologicamente no departamento universitário onde leciona Ética.

A peça foi escrita por Pagu Leal em 2017 e é diretamente inspirada nas vivências das criadoras enquanto artistas e mães. A obra parte da experiência pessoal da diretora para expor, com sensibilidade e ironia, a naturalização do cuidado materno como obrigação exclusiva das mulheres – mesmo em contextos de avanço social e tecnológico.

“Apesar dos avanços destas discussões, a maternidade continua exatamente o que sempre foi: exaustiva e solitária. Não é apenas uma fase cansativa, mas um desafio de anos, mais extenuante que uma maratona, mas sem medalhas ou remuneração. Apoiada pelo discurso de naturalização dessa função, a sociedade mantém as mulheres caladas, sobrecarregadas e culpadas”, afirma a autora.

Com um texto afiado, personagens complexas e situações cotidianas profundamente identificáveis, “Tem Um Nome Pra Isso” busca nomear o cansaço, a fadiga crônica e os sentimentos contraditórios que atravessam a maternidade, e também a liberdade das mulheres que escolhem não ter filhos.

Pensando na pluralidade da experiência materna e na acessibilidade cultural, a produção conta com duas apresentações de contrapartida especialmente para as mães com crianças de colo ou pequenas (até 5 anos). Nessas sessões, elas terão total liberdade para entrar e sair da sala durante o espetáculo, garantindo conforto e tranquilidade. Enquanto isso, uma equipe de monitores fica à disposição com atividades lúdicas e seguras para os pequenos, permitindo que as mulheres assistam à peça com mais leveza. Nesses dias, a classificação é livre, acolhendo o público infantil de forma responsável e afetiva.

Sinopse

“Tem um nome pra isso” é uma comédia sensível e mordaz sobre maternidade e suas contradições. A peça acompanha três gerações de mulheres lidando com sobrecarga, silêncios e resistência cotidiana. Inspirada nas vivências das criadoras, revela como o cuidado infantil ainda recai quase exclusivamente sobre as mães. Com humor ácido e momentos de ternura, o espetáculo nomeia o cansaço, a culpa e os afetos que permeiam a maternidade contemporânea, assim como a opção das mulheres por não ter filhos.

SERVIÇO “Tem Um Nome Pra Isso – Canção de Ninar Mães”

Temporada: de 22 de agosto a 14 de setembro

Dias e horários: sextas, sábados e domingos, sempre às 20h

Estreia: 22/08 (quinta-feira), às 20h – Sessão exclusiva para convidados

Sessões em Libras: 24/08 (domingo), às 20h e 31/08 (domingo), às 20h

Sessões Gratuitas de Contrapartida, classificação Livre: 06/09 (sexta-feira), às 18h e 07/09 (sábado), às 16h

Local: Teatro Barracão EnCena (Rua Treze de Maio, 160)

Classificação indicativa: 12 anos

Realização: Teatro Barracão EnCena e Sociedade Poética

Ingressos: R$ 60 (inteira) | R$ 30 (meia) | R$ 25 (alunos do Barracão EnCena e acompanhantes)