Foi uma verdadeira novela, e de longa duração, mas ela chega ao fim hoje com o lançamento do terceiro disco, segundo álbum, FF, da banda curitibana Plêiade, agora reformulada. O show oficial de apresentação do trabalho é  no Sláinte Irish Pub, com  uma nova cara – mas com a mesma sonoridade – feita  de importantes músicos locais. Claudio Pimentel, fundador, compositor cantor e violonista é o único remanescente da formação original que lançou seu primeiro  disco, A Descoberta, em  1998. Em uma entrevista muito bem humorada – Como você descobriu que tinha talento pra música? “Puts, ainda não descobri”, respondeu gargalhando – Claudio conversou sobre as diferenças entre os trabalhos, sua saída do Wandula e o futuro da Plêiade, seu “projeto de vida”. 

Foram necessários dez anos para este rapaz – que se define como “cantor, compositor violonista, e vagabundo” , além de “ex dono de bar pra sempre” – conseguisse terminar um trabalho do jeito que queria.  FF está em produção há pelo menos 4 anos. Ele conta que chegou a querer lançar uma versão pré-produzida por Igor Ribeiro, mas este não deixou.

No intervalo entre os dois álbuns teve em 2001, o EP Persona Non Grata, com quatro músicas gravadas ao vivo em estúdio.  “São três fases distintas”, comenta. “Em 98 a gente nunca tinha entrado em estúdio antes, foi muito desgastante, conturbado, cheio de coisas tristes. Em 2001 já foi algo mais rock and roll, meio punk, com sexo drogas e rock’n’roll. E esse foi bem mais tranqüilo, profissional, tivemos tempo”. As pessoas também estão mais maduras, resultado de anos nessa tal caminhada de ser músico alternativo.  “Tenho um timaço ao meu lado”, diz. Luciano Franco (ou Luciano do James), na “ghost guitar”; Quinho, nas “elegant guitar” ; Dego “O demolidor”, na batera; Guto Gevaerd, no baixo e o multiinstrumentista e produtor Igor Ribeiro.  “O Deni tava tocando no primeiro bar que eu fui e ainda canta pra c…… O Guto agora tá excurcionando com o Felipe Hirsch e dei xou o lugar pro Felipe, com quem já estamos fazendo música nova. E o Igor, né,  que fez o diabo nesse disco: produziu, fez capa, tocou flauta, flugelhorn, programações e teclados”, comenta Claudio feliz da vida. E com razão, porque esse time não é fraco, não.  “Demorou 20 anos mas é a banda dos sonhos…. enquanto durar”.

Mas porque tanta demora? No meio da produção, conta, rolou um probleminha que, ironiza,  “ás vezes costuma atrapalhar. Faltou dinheiro”. Com uma pré no gosto de Claudio, foi Igor quem não permitiu o lançamento e, nesse meio tempo, o projeto na Lei de Incentivo foi aprovado e a verba veio na hora certa para finalizar a produção. “Nesse tempo também o Alessandro, que era parceiro antigo, foi embora. Deu uma quebrada, mas depois a química foi se completando”. Tanto que em setembro já tem outro Ep chegando, do projeto do estúdio  Discos Voadores, com apoio do Fundo Municipal de Cultura. 

Ou seja agora é definitivo: “É, a Plêiade está de volta”, decreta Claudio, com a disposição de quem largou todo o resto . O ex- dono do Korova garante     que não quer mais saber de bar.  E deixou também a Wandula porque “não tinha mais nada a ver. E ser coadjuvante só de Al Pacino”, brinca, entre risos. Pois, agora, ele vai ter que encarar a parte chata, ou achar alguém pra fazer isso. Diz que a banda quer estar em festivais legais e pensa em conseguir um selo pra distribuição. “Tenho preguiça desse troço de ir atrás dessa parte. Mas, quero chegar mais perto das pessoas”. Por hora, quem quiser o disco vai ter mesmo que procurar pela banda nos shows.  
Claudio está todo sábado no simpático Venda, na rua José Sabóia Cortes, nos fundos do Bosque do Papa. E hoje no Slaint Irish Pub, o disco sai por módicos R$10.

Serviço
Plêiade. Dia 9. R$10 (com o CD).
Sláinte Irish Pub (Presidente Taunay, 435). Informações:  (41)3026-8701.