Milton Hatoun
O premiado romancista Milton Hatoum em Curitiba (Crédito: Divulgação/Cido Marques/FCC)

O III Festival da Palavra de Curitiba termina neste domingo (14/9) com o bate-papo O Papel da Escrita. O evento será às 18h30, no auditório do Museu Oscar Niemeyer (MON), com a participação de quatro escritores de grande representatividade na literatura brasileira contemporânea: Fabrício Carpinejar, Socorro Acioli, Andréa del Fuego e Verônica Stigger.

A entrada é gratuita e estará sujeita à lotação do auditório Poty Lazzarotto. Para acomodar todo o público, haverá transmissão simultânea num telão no saguão do Museu.

Nomes de expressão nacional e internacional, Carpinejar, Socorro Acioli, Andréa del Fuego e Verônica Stigger levam o público a refletir sobre a importância da palavra escrita na atualidade. “Todos têm sua obra muito sedimentada e representam a força e a intensidade da produção literária no Brasil hoje”, diz a curadora do festival, Luci Collin.

Com a mediação de Fabrício Carpinejar, as três escritoras são convidadas a apresentar os seus pontos de vista e a refletir sobre o tema.  Ao propor o debate, a curadora acredita que ele vai suscitar uma reflexão do papel não só da escrita, mas da presença dos artistas na sociedade. Após o bate-papo eles farão sessão de autógrafo com o público. 

“A reunião desses escritores pode nos alimentar do interesse por questões contemporâneas e, sobretudo, da importância dos escritores numa sociedade que se afasta cada vez mais da escrita, trocando a leitura dos livros por outras atividades mais ligadas à visualidade. Importantíssimo reunir esses quatro nomes para pensarmos todos juntos qual é, afinal, a função da literatura hoje”, afirma Luci.

Influente

Fabrício Carpinejar é escritor premiado, jornalista com experiência em rádio e televisão, influenciador digital com mais de 10 milhões de seguidores, palestrante requisitado no mundo corporativo e professor de Estética na pós-graduação da PUC-RS. Seus livros venderam mais de 1 milhão de exemplares e receberam mais de 20 prêmios literários, incluindo dois prêmios Jabuti.  

O autor domina gêneros diversos, indo da poesia à crônica, do infantojuvenil ao jornalismo literário. Seu mais recente livro, Se Eu Soubesse, retrata a chamada “geração-sanduíche” — adultos entre 40 e 50 anos que, pela primeira vez na história, cuidam ao mesmo tempo dos filhos e dos pais. Em 2018, lançou o best-seller Cuide dos Seus Pais Antes que Seja Tarde, um dos livros de não ficção mais vendidos do país. Carpinejar foi escolhido pela Revista Época como uma das 27 personalidades mais influentes da internet brasileira.

Recomendável

A escritora cearense Socorro Acioli é formada em Jornalismo, mestre e doutora em Literatura. Com 13 livros publicados, recebeu reconhecimentos como o Prêmio de Melhor Obra Infantil da Secretaria de Cultura do Ceará e o Selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Outras obras de sua autoria, como A Bailarina Fantasma e Inventário de Segredos, foram selecionadas pelo Ministério da Cultura para o PNBE 2011, demonstrando a qualidade e relevância de seu trabalho na literatura infantojuvenil. Socorro Acioli é também tradutora de espanhol e traduziu o livro As Lágrimas de Shiva, do escritor espanhol César Mallorquí.

Peculiar

A paulista Andréa del Fuego (Andréa Fátima dos Santos) é autora de nove livros, entre eles Os Malaquias, vencedora do Prêmio José Saramago em 2011. Tem obras publicadas em 11 países. Nesse romance, Andréa aproxima-se do realismo fantástico, montando um enredo no qual elementos ficcionais e autobiográficos se misturam, compondo a trajetória da família Malaquias, inspirada em vivências da autora, seus irmãos – marcados pela perda trágica dos pais ainda na infância – e o avô.

Outros sucessos são o romance As Miniaturas e a trilogia de contos Minto Enquanto Posso (2004), Nego Tudo (2005) e Engano Seu (2007). Também escreveu livros infantojuvenis e participou de várias antologias. Seu estilo peculiar, presente em toda a sua produção, é marcado por textos curtos e uma linguagem concisa e direta. Integrante de uma geração de escritores que se utilizam da internet como ferramenta de divulgação, Andréa mantém sites e blogs literários desde 2000.

Sensível

Escritora, crítica de arte, curadora e professora, Verônica Stigger nasceu no Rio Grande do Sul e vive em São Paulo. É doutora em Teoria e Crítica de Arte pela USP e atuou como docente em cursos de história da arte, cinema e fotografia. Seus escritos se concentram na arte moderna e contemporânea, especialmente nas relações entre texto e imagem, literatura e arte. Seus trabalhos têm sido amplamente reconhecidos e premiados no Brasil e no exterior.

Seu livro de estreia, O trágico e outras comédias, uma reunião de contos, foi publicado primeiramente em Portugal e, no ano seguinte, ganhou uma edição brasileira. Em 2017, recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro de contos e crônicas Sul, publicado pela primeira vez na Argentina em 2013.  Abordando temas como a memória, a história e a cultura, Verônica mergulha em questões existenciais e sociais com sensibilidade, provocando reflexões profundas sobre o mundo em que vivemos.  

Serviço:

III Festival da Palavra de Curitiba
Bate-papo O Papel da Escrita, com Fabrício Carpinejar (mediador), Socorro Acioli, Andréa del Fuego e Verônica Stigger
Domingo, 14/9, às 18h30, no Auditório do Museu Oscar Niemeyer (MON)
Entrada gratuita, sujeita à lotação do auditório
Haverá transmissão simultânea no vão do MON
Após o bate-papo, sessão de autógrafos com os quatro autores