
A escritora curitibana Giovana Madalosso, colunista do jornal Folha de S. Paulo, foi eleita na quarta (2) para a Academia Paranaense de Letras (APL). Ela vai ocupar a cadeira número 24, que teve como última titular a escritora e ex-presidente da instituição, Chloris Casagrande Justen.
A posse de Giovana ainda não tem data marcada. Com a carreira em ascensão, ela é convidada da Flip neste ano, a festa literária de Paraty.
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Perfil de Giovana Madalosso
Giovana Madalosso nasceu em Curitiba, em 1975, e é a primogênita da família proprietária do Restaurante Madalosso, de Santa Felicidade. Sua estreia se deu com o livro de contos “A teta racional” (Grua, 2016) seguido dos romances “Tudo pode ser roubado” (Todavia, 2018), eleito melhor romance pelo Prêmio Manuel de Boaventura (Portugal) e “Suíte Tóquio” (Todavia, 2020), finalista do Prêmio Jabuti, que teve edições publicadas em diversos países e foi indicado pelo The New York Times. Ela acaba de lançar sua quarta obra, o romance “Batida Só”, que recebeu elogios de críticos e personalidades do meio cultural nacional, como Nelson Motta.
Além dos livros, tem contos e crônicas publicados em mais de dez antologias no Brasil e no exterior. Em 2024, lançou sua primeira obra infantil, “Altos e Baixos” (HarperKids).
Entrevista ao Podcast Retrato Gravado
Giovana Madalosso foi uma das entrevistadas dos Podcast Retrato Gravado, do Estúdio Bem Paraná. Na entrevista, a escritora falou à jornalista Kátia Michelle sobre seu recente livro “Batida Só. No livro, ela trata de assuntos urgentes e oportunos, como a inquietação diante da vida e da morte, as conexões com as pessoas, a destemperança em torno do que inquieta. Batida Só é daqueles livros que atropelam, mas não seria diferente, já que foi escrito por quem arrebata.
Ela contou também que, apesar de ter aprendido muito com a experiência publicitária, sentia-se quase como uma estrangeira no ambiente corporativo. “Eu me trancava no banheiro para ler”, lembra. A diferença está em que agora ela se sente num “lugar seguro” para falar, autorizado pelo distanciamento do que viveu.
Filha de Neuza e Carlos, do mega tradicional e queridinho Restaurante Madalosso, Giovana declara-se uma ovelha cinza da família. Desde criança teve que romper com o conservadorismo e o catolicismo da criação em busca da individualidade (im)perfeita. Aos nove anos, quando a leva de primos estava para fazer a Primeira Comunhão, rebelou-se. “Eu acho que não acredito em Deus”.
O tema veio forte em ‘Batida Só’, em que a narradora descobre uma doença cardíaca na vida adulta e se vê obrigada, pelas circunstâncias, a buscar a cura — não só da enfermidade, mas também a reabilitação da alma, do sentir e de viver. Depois que Maria João, de volta à cidade pequena onde viveu, reencontra uma amiga apegada à fé, cujo filho tem câncer, a espiritualidade começa a saltar em vários aspectos.