O Prefeito Rafael Greca e a primeira-dama Margarita Sansone participaram na noite desta quarta-feira (28/03) da abertura da exposição Presença Negra em Curitiba, na Casa Romário Martins. A mostra histórica retrata o protagonismo dos negros na formação e desenvolvimento de Curitiba e os muitos ofícios que desempenharam no surgimento da cidade.

Comecei minha carreira aqui na Casa Romário Martins e fiquei encantado, pois pude ver muitos rostos conhecidos nestes arquivos históricos, que também fizeram parte a minha vida, disse o prefeito.

Emocionado, Rafael Greca falou da importância de Maria Nicolas, poeta, escritora, pintora e que foi uma grande pesquisadora da história da cidade. Ela era amiga de meu pai e vinha me visitar quando eu era coordenador da Casa Romário Martins, este espaço cujas paredes foram construídas por mãos negras, lembrou.

O Prefeito também fez questão de lembrar outros importantes nomes da história da cidade, como Espedito Rocha, escultor, e o mestre Jacarandá, que veio da Bahia e foi professor de música do Liceu da Província do Paraná. A pesquisa, orientada pela historiadora Maria Luiza Baracho, da Casa da Memória, também foi elogiada por Rafael Greca.

A exposição contou ainda com a declamação de poemas como A alma das ruas – uma crônica para a alma negra curitibana, interpretado por Franciele Gomes e de autoria de Mel e Adegmar da Silva (Candiero), que é assessor da Prefeitura para a Promoção da Igualdade Racial.

A Exposição

A mostra exibe imagens da presença negra em Curitiba retratando carregadores, calceteiros, extratores e beneficiadores de erva mate, além daqueles que tiveram outros ofícios, como eram pedreiro e carpinteiro nos séculos 18 e 19.

Também retrata as mulheres negras que se dedicaram a várias tarefas, trabalhando nas casas e nas roças e laborando no comércio urbano. No decorrer do tempo, constituíram associações, produziram arte de qualidade admirável e tornaram-se profissionais de destaque em vários campos de atuação – na advocacia, na engenharia, na docência, entre outros.

De acordo com Marcelo Sutil, diretor do patrimônio da Fundação Cultural de Curitiba, a exposição visa colaborar nesse processo de desvelamento da presença e da participação dos negros na formação de Curitiba, dos primórdios da Vila ao tempo das discussões e conquistas atuais.

Sem omitir o passado, mas buscando sempre o protagonismo de seus personagens, surgiram temas como trabalho, acontecimentos e locais emblemáticos, como a Igreja do Rosário, personalidades, religiosidade e o mundo da cultura; presentes, também, registros de manifestações populares que remetem ao grande e salutar debate dos negros na sociedade contemporânea, explica.

A exposição conta com o acervo do Museu Paranaense, da Fundação Cultural de Curitiba, da Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura, da Sociedade Treze de Maio e do Centro Cultural Humaitá. Acervos particulares também foram disponibilizados para compor a mostra. O projeto teve a parceria da professora doutora Joseli Mendonça, do Departamento de História da UFPR, que prestou assessoria técnica na definição dos temas que integram a exposição. O pesquisador e cenógrafo Márcio Marins também colaborou com imagens e informações sobre a religiosidade. Realizado pela Diretoria de Patrimônio da Fundação Cultural o projeto teve a orientação de Maria Luiza Gonçalves Baracho e Marcelo Saldanha Sutil.

Participaram da abertura a superintendente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro, o assessor da Prefeitura para a Promoção da Igualdade Racial, Adegmar da Silva (Candiero), o diretor do Patrimônio Histórico da FCC, Marcelo Saldanha Sutil, a responsável pelo Sistema Municipal de Museus, Marili Azim, e a pesquisadora da Casa da Memória, Maria Luiza Gonçalves Baracho.

Serviço

Exposição Presença Negra em Curitiba
Local: Casa Romário Martins – Largo Coronel Enéas, 30 (Largo da Ordem) Visitação: das 9h às 12h e 13h às 18h (3ª a 6ª feira) e 9h às 14h (sábado, domingo e feriado)