Marcos Palmeira e Adriana Esteves interpretam o casal Lampião e Maria Bonita no espetáculo “Virgolino e Maria: Auto de Angicos”, com texto de Marcos Barbosa e direção de Amir Haddad. A peça, uma das atrações da Mostra de Teatro Contemporâneo do Festival de Curitiba, é atração nos dias 20 e 21 de março, às 20h30, no Auditório Salvador de Ferrante – Guairinha.
Dos mitos que o nordeste brasileiro viu surgirem ao longo de sua história, Lampião é, sem dúvida, o mais controverso. Reconstruir o rastro de sua trajetória, neste início de século, é percorrer um labirinto de informações contraditórias, de falsas memórias, de fragmentos de documentos cuja origem não se pode mais precisar.
Marido e mulher, Lampião e Maria Bonita são os dois mais importantes personagens relacionados ao banditismo brasileiro na primeira metade do século 20. Expoentes do fenômeno social do Cangaço, eles estabeleceram no nordeste brasileiro um quadro de lei e ética que por décadas funcionou paralelamente ao sistema político do Brasil.
Mais do que Buth Cassidy e Billy the Kid, para os americanos, e mais até que Pancho Villa, para os mexicanos, Lampião e Maria Bonita tornaram-se uma lenda moderna no Brasil. Representam não apenas um modelo de subversão da ordem estabelecida, mas também a possibilidade do amor erótico num meio onde só a morte era uma companheira fiel.
A HISTÓRIA
Em Auto de Angicos, somos apresentados a Lampião e a Maria Bonita nos momentos finais de suas vidas. A última hora do casal nunca foi satisfatoriamente reconstruída pela historiografia oficial, e muito pouco pode ser afirmado sobre o que eles disseram ou fizeram nos minutos que precedem a execução dos dois, na Grota do Angicos, na manhã de 28 de julho de 1938.
A peça recria esta hora mágica, como um momento de intimidade entre um homem e uma mulher.
FICHA TÉCNICA
DE: Marcos Barbosa
DIREÇÃO: Amir Haddad
ELENCO: Marcos Palmeira e Adriana Esteves
ILUMINAÇÃO: Paulo César Madeiros
CENÁRIOS E FIGURINOS: Nello Marreze
TRILHA SONORA: Caique Botkay