
O filme paranaense “Mãos Rapper”, de Giuliano Robert, foi eleito o Melhor Filme pelo Júri Oficial e Júri Popular na Mostra Especial Lei Paulo Gustavo e levou menção honrosa no Prêmio RECAM.
“O cinema surdo também é cinema brasileiro. Porque Libras também é uma língua brasileira. Precisamos acreditar na língua de sinais. Precisamos valorizar a língua de sinais”, foi um dos vários apontamentos trazidos por Jonatas Medeiros, roteirista de Mãos Rapper, em troca com o público após a sessão da Mostra Especial Lei Paulo Gustavo, na Sala Petrobras, no fim de semana do FAM 2025.
O filme paranaense foi o grande premiado da mostra, eleito o Melhor Filme pelo Júri Oficial e Júri Popular na noite da quarta-feira, 10, durante a Cerimônia de Premiação do 29º Festival Internacional de Cinema Florianópolis Audiovisual Mercosul – FAM 2025.
Além de dois Troféus Panvision e do Prêmio Apoiador pelo Júri Oficial — oferecido, nesta categoria, pela Media Mundus —, o filme também foi agraciado com uma menção honrosa do Prêmio RECAM, que em mais uma edição do FAM é concedido pela Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul.
Exibido na mostra inédita do Festival, a Mostra Especial Lei Paulo Gustavo, Mãos Rapper foi apresentado no sábado, 6, na Sala Petrobras, em uma sessão lotada, com um grande público da comunidade surda. Com o propósito de fomentar o diálogo sobre as diversas temáticas trazidas em cena, o Festival, junto da Patrocinadora Master Petrobras, realizou uma conversa entre realizadores e público após a exibição dos cinco filmes; momento que o diretor Giuliano Robert, o roteirista Jonatas Medeiros, e Diegho Silva, retratado no curta-metragem, puderam compartilhar sobre sua história.
“No filme, transportamos o Diegho para seu sonho através das luzes, e com os rappers. Mas, na realidade, ele nunca tinha feito uma apresentação para o público. O documentário deu essa possibilidade. Primeiro de realizar esse sonho dele, de ser um rapper. E também o sonho de se apresentar pela primeira vez com um público. Então, imagine a importância da Lei Paulo Gustavo, porque já abriu caminhos. O documentário é essa mescla. Como uma ficção para um novo futuro; as possibilidades para pessoas surdas no futuro”, destacou Jonatas.
Mãos Rapper é o segundo filme de Jonatas como roteirista, sendo o primeiro Surdir, que apresenta a diversidade na comunidade surda, através, principalmente, de mulheres e pessoas trans. E um terceiro filme já está em desenvolvimento, dessa vez com a parceria repetida de diretor-roteirista entre Giuliano e Jonatas: Que Língua Você Ri.
“Eu acredito que o cinema precisa mostrar a história das pessoas, o caminho e o sonho das pessoas. Para mim e para o Jonatas foi uma maneira de fazer com que surdos também se abrissem para isso, porque a grande maioria está dentro de casa, não trabalha com outros tipos de emprego; pensam apenas em ter um salário, mas não tem a oportunidade de terem sonhos. Então, conhecemos o Diegho! O cinema também serve para inspirar. E para nós serviu para mostrar a vida de uma pessoa surda, e empoderar outras na comunidade”, pontuou o diretor, Giuliano Robert.
O 29º Florianópolis Audiovisual Mercosul – FAM 2025 é um projeto cultural produzido através da lei de incentivo à cultura. Tem o apoio da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, Prefeitura Municipal de Florianópolis, através do Edital especial Lei Paulo Gustavo e do Prêmio Catarinense de Cinema, Fundação Catarinense de Cultura, Governo do Estado de Santa Catarina e Programa Ibermedia. Patrocínio ANCINE – Agência Nacional do Cinema, Itaú Unibanco e Sebrae. Patrocínio Master Petrobras. Realização Associação Cultural Panvision, Ministério da Cultura, Governo Federal, União e Reconstrução.