Quatro lendas do underground curitibano se reencontram no palco do The Bowie para um fim de semana especial com entrada gratuita. Extromodos se apresenta na sexta (15), enquanto o sábado (16) o palco será dos Dissonantes, Mordida e Relespública.
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As apresentações das lendas do underground curitibano marcam o quarto aniversário do bar do Alto da XV, orgulhoso de ajudar a manter viva a cena independente de Curitiba. A escolha das bandas, ícones do começo da década de 2000 na capital paranaense, deve unir gerações distintas de fãs nas duas noites. “Uma parte dos fãs dos Extromodos, por exemplo, sequer era nascida na época da banda”, explica Nikolas Quadros, um dos sócios do The Bowie. “Alguns têm até tatuagens, mesmo sem nunca terem presenciado um show ao vivo do trio”, completa.
Para o sócio, nada é mais simbólico do que reunir, no mesmo palco, “nomes que ajudaram a moldar a identidade sonora curitibana, para uma festa que exalta não só a música, mas também a arte, a memória e a contracultura local”.
Conheça um pouco mais sobre as lendas do underground curitibano escolhidas para o aniversário do The Bowie:
Extromodos: o renascimento
O acidente de 2004 que tiraria a vida de Ibiran “Bira” Pigatto Ribeiro, o Bira, vocalista da Extromodos, deixou a cidade em choque por muito tempo e acabou repentinamente com uma das mais promissoras bandas de rock da cidade — o trio chegou a ser cobiçado por um dos empresários de Roberto Carlos. Décadas se passaram, mas o nome do grupo nunca sumiu. Pelo contrário, continua reverberando em alto e bom som: virou lenda. Agora, em 2025, acontecerá um reencontro entre palco e plateia — entre quem viu, quem ouviu falar e quem esperou muito por esse momento.
Dissonantes: o retorno do “Rock Demodê”
Misturando rock-and-roll com pitadas de blues, new wave, acordes dos anos 1960, os Dissonantes foram uma das bandas mais inventivas da cena curitibana dos anos 2000. Eleitos como a melhor banda do Paraná em 2008 (Gazeta do Povo), eles voltam com sua formação original — incluindo o baterista Bruno Zotto, que vem de fora do país especialmente para este reencontro.
Os Dissonantes sobem ao palco para relembrar como se faz um rock sem disfarces – e, ironicamente, sem dissonâncias.
Mordida: onde o cotidiano vira refrão chiclete
E a Mordida, parou por quê? Não há informações confiáveis: há quem diga apenas que os integrantes foram buscar “novos ares” em outros projetos. Mas, não importa: para quem viveu a Mordida no começo dos anos 2000, parece que nunca saíram de cena. Com uma mistura bem calibrada de rock, punk, um pop espertinho e letras que transformam o cotidiano em poesia inebriante, a Mordida foi presença constante nos inferninhos da cidade — e os lotou. Era impossível não dançar, mesmo espremido.
Agora, a banda retorna em uma formação quase embrionária, com Valderval O Filho, integrante do início do grupo e responsável por alguns dos sucessos da banda como “Maria Amélia”, na bateria, o primeiro baixista Marcelo Pereira, Alonso Figueiroa nos teclados e Isis Vareschi dividindo os vocais com Paulo de Nadal.
Uma celebração que vai emocionar quem acompanhou desde o começo essa trajetória de mais de trinta anos de estrada e que vai colocar todo mundo pra dançar.
Relespública: nosso rock resiste
Explicar o rock que se faz em Curitiba sem falar do Relespública é uma tarefa impossível. São mais de trinta anos de estrada da banda que ganhou o Brasil com o disco homônimo, de 2003, e seus petardos “Garoa e Solidão”, “Nunca Mais”, “Essa canção” e “Marcianos”.
Ícone da resistência do gênero no sul do país, o grupo sobe ao palco em novíssima formação: após a saída de Ricardo Bastos, o baixo agora fica nas mãos de Raphael Machado (Azul Delírio, Dissonantes).
4 anos do The Bowie
15/08 – Sexta-feira: Extromodos
16/08 – Sábado: Dissonantes, Mordida e Relespública