Solar do Barão
Foto: Ricardo Marajó/SECOM

Contando com um corredor cultural ligando o local ao Cine Passeio, o Complexo Cultural Solar do Barão, no Centro, deve passar por obras de restauração e reestruturação de suas instalações.

A licitação para a obra será aberta no dia 21 de outubro e é conduzida pela Secretaria Municipal de Obras Públicas. A previsão é que as obras iniciem até o fim deste ano e durem dois anos.

As obras no Solar do Barão integram o PRO Curitiba, maior programa da história da cidade e reúne obras concluídas, em andamento e novas ações que vão transformar a infraestrutura e os serviços públicos da cidade até 2028.

“Além do restauro e das melhorias nas instalações para dar mais segurança ao público e aos funcionários, também vamos criar uma ligação física para unir três importantes polos culturais da cidade. O Solar do Barão, com seus museus e ateliês de artes gráficas, será ligado ao Estúdio Riachuelo, voltado às artes digitais e animação, e nosso cinema de rua, o Cine Passeio. Será um corredor cultural que conectará as artes desde a pedra da gravura ao universo digital e audiovisual”, destaca o prefeito Eduardo Pimentel.

A visita foi acompanhada do presidente da Fundação Cultural, Marino Galvão Júnior; do secretário municipal de Obras Públicas, Luiz Fernando Jamur, e do secretário municipal da Comunicação Social, Marc Souza.

Patrimônio histórico-cultural

Patrimônio histórico-cultural, o Solar do Barão reúne, num mesmo terreno, três blocos de edificações construídas em diferentes períodos, entre 1880 e 1940, que juntos somam uma área construída de 3.377 metros quadrados e abrigam importantes espaços artísticos da Fundação Cultural.

O projeto de restauro do Solar do Barão, sob a responsabilidade do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e da Fundação Cultural, passou pela aprovação dos Conselhos Estadual e Municipal do Patrimônio Cultural.

A obra prevê a renovação dos sistemas elétrico e hidráulico, a reforma completa da cobertura e a instalação de rampas e equipamentos voltados à acessibilidade de todos os ambientes por onde circulam cerca de 400 mil pessoas anualmente, entre alunos e público das exposições.

Bloco moderno para o acervo

Um novo e moderno bloco com três pavimentos será construído para a reserva técnica, que abrigará as coleções dos Museus e da Gibiteca, atendendo as mais atuais normas de preservação e conservação de acervos.

Está prevista para o período da obra a integração por meio de um jardim, entre o Solar do Barão e o Estúdio Riachuelo – localizado em frente ao Cine Passeio -, na Rua Riachuelo, formando um corredor cultural.

O Solar do Barão

A primeira e mais antiga das três edificações que se encontram na Rua Carlos Cavalcanti foi residência da família do empresário e político Ildefonso Pereira Correia, Barão do Serro Azul, entre 1880 até 1894. 

O projeto e a obra são atribuídos aos construtores Ângelo Vendramin e Giovanni Battista Casagrande, italianos migrados para o Brasil em meados de 1870. 

O Barão do Serro Azul foi um dos maiores produtores e exportadores de erva-mate do mundo. Por conta dos negócios, entrou na área de impressão e tipografia para confeccionar os rótulos de seus produtos e fundou então a Impressora Paranaense, no local onde hoje se encontra o Cine Passeio.

“O restauro do Solar do Barão é um compromisso com a preservação da memória e, ao mesmo tempo, um investimento no futuro desse complexo cultural tão emblemático na história da cultura de Curitiba. A obra garante que este patrimônio histórico esteja preparado para receber novas gerações de artistas e visitantes, com mais segurança, acessibilidade e integração com outros locais culturais da cidade”, diz o presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marino Galvão Júnior.

Solar da Baronesa

À direita do bloco principal está a antiga Casa da Baronesa – prédio construído em 1895 para abrigar a viúva do ervateiro, Dona Maria José, e seus filhos. O Barão foi assassinado durante a Revolução Federalista, em Morretes, com apenas 45 anos.

Exército

Em 1912, o Exército ocupa o Solar, bem como a Impressora Paranaense, na Rua Riachuelo. Os imóveis passam então por modificações, com o acréscimo de novos blocos.

De residência a centro cultural

A história do Solar do Barão como conhecemos atualmente começa em 1975, quando o prédio foi adquirido pela Prefeitura. Após restauro e sob a gestão da Fundação Cultural de Curitiba, em 1980, o espaço passa a servir à população como um centro cultural, recebendo eventos icônicos, como a III Mostra Anual da Gravura Cidade de Curitiba, a primeira edição da Oficina de Música de Curitiba e a Bienal de Fotografia.

Atualmente o complexo conta com o Museu da Gravura de Curitiba, os Ateliês de Gravura, o Centro de Documentação e Pesquisa Guido Viaro, uma biblioteca e acervo de documentos, livros, catálogos e registros sobre artes visuais; Museu da Fotografia de Curitiba, que preserva um acervo de cerca de 3 mil imagens, além de espaço para exposições temporárias e cursos de técnicas fotográficas; o Núcleo de Ação Educativa, grupo que realiza mediações e roteiros de educação patrimonial; o setor de montagem de exposições; e a Gibiteca de Curitiba, que mantém um acervo de 40 mil HQs e realiza cursos regulares e eventos. Ali também fica o Núcleo de Ópera Comunitário de Curitiba.

Toda essa estrutura está sendo transferida gradativamente para outros locais, para que o espaço esteja desocupado até o início das obras. 

PRO Curitiba 

O Programa de Revitalização e Obras de Curitiba (PRO Curitiba) é o maior da história da cidade e engloba mais de R$ 6 bilhões em investimentos da gestão Eduardo Pimentel entre 2025 e 2028. São intervenções em áreas essenciais para o cidadão como mobilidade urbana, saúde, educação, habitação social, prevenção a enchentes, zeladoria, iluminação pública, trânsito e segurança.