Morreu na manhã desta terça-feira, 9, Pacífico Mascarenhas, músico tido como o pai da “bossa mineira” e padrinho musical de Milton Nascimento, o Bituca. Ele tinha 88 anos. A informação foi confirmada pela filha do músico, Kika Mascarenhas, nas redes sociais.

Pacífico era um expoente da música de Minas Gerais, com canções autorais gravadas por nomes como Luiz Eça e Cliff Korman. Cenários da vida em Belo Horizonte apareciam em suas canções de bossa nova, que estreitavam a ponte musical entre Minas e o Rio de Janeiro já nos anos 50.

“Bem, João Gilberto criou a batida da bossa nova em Diamantina, não? E o Pacífico Mascarenhas, que, por acaso estava lá, ao lado dele, foi um dos que primeiro entenderam o recado. Graças ao Pacífico, dois dos primeiros shows de João Gilberto depois de gravar ‘Chega de Saudade’ foram em BH, no Iate e no Automóvel Clube”, declarou o escritor Ruy Castro ao jornal O Tempo em 2019.

O músico formou o grupo chamado Turma da Savassi, com jovens que faziam serenatas paraa as meninas. Mais tarde, criou o conjunto Sambacana. Considerado o padrinho musical de Milton Nascimento, Pacífico levou Bituca ao Rio de Janeiro, onde ele estreou em uma grande gravadora.

Pacífico recebeu várias honrarias em vida, como a Comenda do Mérito Artístico Rômulo Paes, concedida pela da Câmara Municipal de Belo Horizonte, o Diploma de Honra ao Mérito da Ordem dos Músicos de Minas Gerais, em 2003 e a Medalha Presidente Juscelino Kubistchek, em 2003. Em 2019, ele foi homenageado com uma estátua no Minas Tênis Clube.