Jards Macalé, músico e artista multifacetado que marcou a MPB, morreu nesta segunda-feira (17), aos 82 anos. Ele estava internado no hospital da Unimed da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde estava internado desde o dia 1º de novembro. Ele enfrentava complicações nos pulmões e teve uma parada cardíaca em decorrência de uma infecção generalizada e insuficiência renal.
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“Jards Macalé nos deixou hoje”, publicou sua equipe nas redes sociais. “Chegou a acordar de uma cirurgia cantando ‘Meu Nome é Gal’, com toda a energia e bom humor que sempre teve.” A notícia repercutiu entre artistas, autoridades, admiradores e representantes da imprensa nacional.
“Sem Macalé não haveria ‘Transa’. Estou chorando porque ele morreu hoje. Foi meu primeiro amigo carioca da música. Antes de Bethânia imaginar que seria chamada para ‘Opinião’, Alvaro Guimarães, diretor teatral baiano, me trouxe ao Rio para montar e mixar o curta para o qual eu tinha feito a trilha. Fui parar na casa de Macalé. E ele tocou violão. Me encantei”, disse o músico Caetano Veloso. “Ele tocou com Beta, lançou composições, chamei-o para Londres e ‘Transa’. Na volta, ele e eu seguimos na música. Que a música siga mantendo a essência desse ipanemense amado.”
“Jards Macalé dizia que o amor é um gesto político”
“Jards Macalé dizia que o amor é um gesto político. E que em tempos de ódio e de intrigas como os que vivemos recentemente, pouca gente falava do amor, e por isso era tão importante cantá-lo. Essa visão de mundo me aproximou de Jards: política e amor devem andar juntos. Não podem ser separados. Estive com Jards na luta pela redemocratização”, escreveu o presidente Luis Inácio Lula da Silva em seu perfil no X.
“Nos reencontramos várias vezes ao longo dos anos. Foi uma honra tê-lo entre os artistas que se apresentaram em minha posse em 2023. Jards Macalé fez história como cantor e compositor de algumas das músicas mais brilhantes de nossa MPB. Sempre defendeu a valorização da cultura e transformou seu talento e sua arte em uma luta constante contra o autoritarismo. A todas e todos que estão sentindo a falta de Jards Macalé, deixo um abraço carinhoso.”
A cantora Maria Bethânia publicou fotos, em suas redes sociais, em que aparece ao lado de Macalé. “Meu amor, meu amigo… Fará muita falta neste mundo”, publicou a cantora.
O cantor Tim Bernardes, vocalista da banda “O Terno”, fez uma publicação com a canção “Movimento dos Barcos” e lamentou a morte de Macalé. “Poxa vida, muito triste e chocado com a partida de Jards. Um mestre, maluco, amigo. Que as pessoas sigam ouvindo a música dele mais e mais”.
“Voa, Macalé! Descanse em paz”, publicou o músico Djavan em suas redes sociais.
Gilberto Gil, músico monumental da MPB, publicou um vídeo em que assiste a uma entrevista antiga da qual participação. Na ocasião, ele fala sobre uma apresentação que dividiu com Macalé em Braintree, na Inglaterra.
“Não teve ensaio, não teve nada. A gente botou a guitarra na mão do Macalé, e ele saiu tocando”, diz o Gil jovem. “Uma pessoa lá da plateia gritou: ‘Mas isso não é rock, eu quero uma coisa mais rock, uma real guitar’. Não sei o quê. Nessa hora, o Macalé olhou para mim, a gente deu uma piscada de olho e saiu fazendo uma improvisação bem alucinada, com aquelas caretas, aquelas maluquices dele e minhas. Aí pronto, a gente alucinou aquela plateia.”
“Ah não! Vai fazer muita falta”, comentou o humorista Marcelo Adnet nas redes sociais.
O músico Samuel Rosa e os atores Luís Lobianco e Lúcio Mauro Filho compartilharam emojis com corações partidos ao lamentar a morte de Macalé.
O ator Matheus Nachtergaele, por sua vez, republicou o comunicado oficial da morte de Macalé e escreveu: “Meu amigo, Macalé… em deuses”. O artista Caio Manhete destacou a importância do músico para a cultura nacional: “Jards Macalé foi um dos maiores da história da nossa música
Perdemos mais um mestre”.
