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Maquete e pedras antigas da região de São Mateus do Sul que serão doadas para a UEPG do TECPAR; Paraná, Brasil (Foto: Hedeson Alves/TECPAR)

Os itens do acervo histórico do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) será incorporado ao Museu de Ciências Naturais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A parceria para a preservação da memória histórica do instituto, que em 2025 completa 85 anos de existência.

A cooperação faz parte das comemorações do aniversário do Tecpar, que acontece no mês de junho, e fortalece a valorização, preservação e difusão do legado do instituto, que teve um papel fundamental para o desenvolvimento da ciência, desde 1940. Além da relevância histórica e cultural, o acervo é uma valiosa fonte de pesquisa.

O diretor-presidente do Tecpar, Celso Kloss, ressalta que, com a parceria, é possibilitado o acesso de itens da história do desenvolvimento científico do Paraná à população científica, em um museu reconhecido no Estado. “A disposição desse rico acervo ao museu garantirá o cumprimento de sua função social”, disse Celso Kloss. “Colocando o acervo à disposição do público e pesquisadores interessados, permitimos a continuidade da construção do conhecimento científico”, salientou Kloss.

Coleção de rochas

Um dos destaques do acervo é a coleção com cerca de 2 mil amostras de rochas e minerais de todas as regiões do Brasil, coletadas pelo geólogo alemão Reinhard Maack e sua equipe entre 1940 e 1960, e outros objetos relacionados ao seu trabalho.

Os itens possuem ligações com as pesquisas desenvolvidas no período em que Maack prestou serviços à Divisão Científica de Mineralogia, Geologia e Petrografia do Instituto de Pesquisas Biológicas e Tecnológicas (IBPT), como era chamado o Tecpar até a década de 1970. Reconhecido mundialmente por suas contribuições científicas, ele veio para o Brasil aos 31 anos, onde atuou como pesquisador e professor no Museu Paranaense e na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

No IBPT, pesquisou sobre agrogeologia, geologia, mapeamento das águas minerais e trabalhou em levantamentos geológicos. Em 1944, elaborou o primeiro Mapa Fitogeográfico do Estado do Paraná (mapeamento de tipos de plantas e de solo), e durante a Segunda Guerra Mundial, descobriu o Pico do Paraná – o maior ponto orográfico do Estado – ponto específico em uma região montanhosa ou de relevo elevado.

Precursor no ensino e pesquisa em geociências no Paraná, Maack é considerado o pai da geografia e geologia do Estado.  Suas pesquisas e levantamentos são utilizados como base para a elaboração de mapas até os dias atuais.

Maquete

Outro item que chama a atenção é a maquete da Usina de Aproveitamento do Xisto Pirobetuminoso. Além de se tratar de um bem cultural histórico com mais de 70 anos, a maquete montada pelo pesquisador e mineralogista Ludwig Johann, entre o fim da década de 1940 e início da década de 1950, encanta por sua dimensão robusta e riqueza de detalhes.

O pesquisador austríaco naturalizado brasileiro foi responsável por liderar as pesquisas na Divisão Experimental de Combustíveis do IBPT, de 1948 a 1966. Na época, a divisão estudava as jazidas de xisto existentes no Paraná e as possibilidades do aproveitamento industrial e econômico do xisto pirobetuminoso de São Mateus do Sul.

Acreditando se tratar de uma fonte de energia em potencial, Weber montou a maquete idealizando a instalação de uma usina para aproveitamento do minério no Estado.

Na relação de bens culturais do Tecpar incorporados pela UEPG constam, ainda, equipamentos laboratoriais, balanças, microscópios, móveis, uma câmera fotográfica de campo e uma cópia do Mapa Geológico do Paraná de 1955, entre outros itens.