Em mês de Oficina de Música, passageiros de Curitiba e de municípios da Região Metropolitana que utilizam o transporte coletivo da capital aprovam o contato diário com grandes compositores da música clássica, como Paganini, Bach e Händel. As obras podem ser apreciadas em 195 ônibus ligeirinhos e biarticulados, por meio de um sistema de áudio digital, formato MP3.

O serviço, que teve início em outubro de 2007, funciona nos ônibus que circulam pelos cinco eixos de transporte da cidade: Norte, Sul, Leste, Oeste e Boqueirão. A cada mês, um dos compositores é homenageado. Em janeiro, serão ouvidas as obras de Händel.

A Prefeitura coloca cartazes nos ônibus com informações sobre a vida e a obra do compositor do mês. “A música nos ônibus confirma a preocupação que a Prefeitura tem de melhorar cada vez mais o sistema de transporte coletivo de Curitiba e oferecer maior conforto aos passageiros”, afirma o prefeito Beto Richa.

De segunda a sábado, as moradoras de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana, Elaine Pereira, 22 anos, e Jéssica Nogueira, 19 anos, usam a Rede de Transporte Integrado (RIT) para vir a Curitiba, onde freqüentam o curso pré-vestibular. Confessam que no começo estranharam a novidade nos ônibus, porque nunca tiveram contato com obras de compositores clássicos famosos.

“Realmente, não gostava muito no começo, porque achava as músicas sonolentas demais, principalmente às 7 horas da manhã, mas depois comecei a curtir e agora acho até relaxante”, diz Jéssica, apreciadora do estilo Pop Rock. Elaine, colega de Jéssica no cursinho, gostaria de ouvir outros estilos, entre os quais a Música Popular Brasileira, mas no final concorda que a música clássica é a melhor opção. “É mais neutra e não compromete outras preferências”, diz.

Nana Nenê – A dona de casa Marta Rodrigues, 29 anos, também moradora de Fazenda Rio Grande, aprecia a escolha do estilo clássico para a música ambiente nos ônibus de Curitiba, mas, quem aprova mesmo, é o filho Pedro Henrique, de 2 anos. “Ele adora dormir no ônibus e, neste caso, a música funciona como uma canção de ninar. Eu também relaxo e nem sinto passar o tempo da viagem”, diz.

O joalheiro Mário Meger, 48 anos, que trabalha na rua Lourenço Pinto, no Centro, em frente à estação tubo do Ligeirinho, aprova a programação de música clássica nos ônibus. “É uma música de boa qualidade, relaxante, e tem valor didático para aquelas pessoas que não conhecem o estilo clássico”, afirma.

Áudio – O sistema de áudio digital, formato MP3, que funciona em 195 ligeirinhos e biarticulados, foi instalado em 2006 e 2007, na renovação da frota do transporte coletivo determinada pelo prefeito Beto Richa. O sistema é usado para informar itinerário das linhas, próximas paradas, conexões com outras linhas nos terminais e mensagens educativas sobre o respeito a passageiros com necessidades especiais, idosos e gestantes.

Programação de janeiro:

George Friedrich Händel: nasceu em Halle, na Alemanha, em 23 de fevereiro de 1685. Morreu em Londres, Inglaterra, em 20 de abril de 1759. Virtuose do órgão e do cravo, alcançou o sucesso quando desenvolveu e começou a executar oratórios nas salas de concertos. Seus 17 oratórios são a música mais grandiosa do compositor. Peças dramáticas em três atos são como óperas de enredo bíblico, com alusões a fatos do Império Britânico, mas representadas sem encenação ou ação. Essa mistura de antiguidade clássica e atualidade política é tipicamente barroca. Messias, o oratório mais popular de Händel, ao contrário dos outros oratórios, tem inspiração cristã e muito lirismo.