Michel Teló pode ser proibido de cantar seu famoso hit Ai Se Eu Te Pego. Essa pode ser a condenação caso o cantor seja julgado culpado no processo que movem contra ele, a compositora da música, contra a gravadora e contra a editora Pantanal, do próprio Teló. Três estudantes paraibanas movem a ação com o argumento de que teriam se apropriado indevidamente da coautoria da faixa.
As estudantes afirmam ter composto o refrão de Ai, se Eu te Pego e associado a ele a palavra delícia, que segundo as estudantes, seria citação a uma música do grupo Parangolé. Oficialmente, o refrão é atribuido a Sharon e o restante da letra a Antônio. Se a Justiça decidir que elas são de fato coautoras, o acordo comercial fechado entre Teló e Sharon para a reprodução da faixa perde a validade. Por ora, o juiz pede que os réus apresentem balanços contábeis e façam um depósito dos lucros auferidos com a música até aqui.
De acordo com o advogado de acusação Miguel de Farias Cascudo, a base do hit de Michel Teló foi composta em 2006, durante uma viagem das garotas à Disney, num grupo de sete amigas. Uma delas teria se interessado por um dos guias da excursão e, sentindo-se impossibilitadas de paquerar, as colegas de quarto teriam criado, na brincadeira, uma música que dizia Ai, se eu te pego. Nas filmagens da viagem, as jovens aparecem cantando e fazendo a coreografia (hoje reproduzida por Teló). Anexamos o vídeo ao processo, diz Cascudo.
O objetivo da ação é o reconhecimento das estudantes como coautoras da música e, consequentemente, o repasse para elas da parte correspondente a Sharon Acioly no lucro pela canção. Sharon não criou nada. Não existe uma única vírgula, um único ponto que ela tenha criado, afirma o advogado.
De acordo com o advogado, Sharon entrou em contato com a música quando, em 2008, as meninas viajaram para Porto Seguro e foram à palhoça Axé Moi, onde a cantora se apresentava. Sharon viu as meninas cantando e dançando a música criada na Disney e as convidou para subir ao palco e mostrar a coreografia e a canção. A partir daí, se apropriou da faixa, que chamou a atenção do Antônio Dyggs. Ele entrou com a parte que diz ‘Sábado, na balada’, continua o advogado.
O contato travado entre Sharon Acioly e as estudantes da Paraíba em Porto Seguro também foi filmado pelas meninas e faz parte do processo. Em trecho já divulgado pela imprensa paraibana, Sharon Acioly aparece reconhecendo que a composição é de suas três backing vocals de João Pessoa.