ALEX KIDD, THALES DE MENEZES E DAIGO OLIVA SĂƒO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No segundo dia do festival Lollapaloooza, que acontece no AutĂ³dromo de Interlagos, em SĂ£o Paulo, nesse final de semana, a principal atraĂ§Ă£o da noite Ă© a banda americana de indie The Strokes. Tem feito muito calor na capital paulista. Pessoas do Brasil inteiro e muitos estrangeiros tambĂ©m estĂ£o presentes. O sistema de pulseira eletrĂ´nica, novidade do Lolla, tem confundido o pĂºblico. Nesse sistema, cada pessoa troca seu ingresso impresso por uma pulseira, que funciona como uma espĂ©cie de comanda para comida e bebida, alĂ©m de servir como a entrada para o festival. A confusĂ£o gira em torno do destino que terĂ¡ o crĂ©dito que nĂ£o for utilizado. Quem seguiu as recomendações da organizaĂ§Ă£o e conseguiu carregar a pulseira pelo site parece ter se dado melhor do que quem deixou para fazer o processo no local. Confira crĂ­tica dos shows que acontecem no festival. CHEMICAL SURF O Chemical Surf formado pelos irmĂ£os Lucas & Hugo Sanches esquentou a pista do palco Perry’s e apostou em seu techno-house-pop. O duo caprichou nas linhas de baixo e sabia como criar um “building up” (o momento em que as batidas recuam para depois retornarem triunfantes). No repertĂ³rio, apostaram num remix de “Magalenha”, de SĂ©rgio Mendes, e em “Ocean Drive”, hit de Duke Dumont que virou um must have entre os DJs do festival. (ALEX KIDD) JIMMI EAT WORLD DesĂ¢nimo da plateia marca o inĂ­cio da apresentaĂ§Ă£o da banda de emocore Jimmy Eat World que, ao lado de outras bandas como The Get Up Kids e Dashboard Confessional, ajudou a estabelecer a mistura de hardcore e letras emotivas como o gĂªnero que conhecemos hoje. Claramente a banda estĂ¡ deslocada em um palco tĂ£o grande. A primeira vez do Jimmy Eat World no paĂ­s nĂ£o precisava ocorrer dentro de um festival heterogĂªneo como o Lolla. AliĂ¡s, muito ruim a qualidade do som no show da banda norte-americana. Graves mal regulados, voz muito mais alto do que o restante dos instrumentos CATFISH AND THE BOTTLEMEN Os crĂ­ticos que chamam a banda de “novo Oasis” sĂ£o uns loucos. EstĂ¡ muito mais para ocupar o lugar do Vaccines. Rock rĂ¡pido e rasteiro, sem espaço para outros rĂ³tulos. McCann Ă© um dĂ­namo no palco, nĂ£o para um segundo. Corre e pula, enquanto seus colegas estĂ£o mais para uma pose cool, tranquilos. E banda tem a pose certa, as guitarras certas Ă© uma empatia certeira com o pĂºblico. A plateia cantou junto as dez mĂºsicas do ser, dos hits “Pacifier” e “Twice” a menos badaladas como “Anything”. No momento mais rock de garagem deste Lolla, foi um show matador. VANCE JOY A conexĂ£o entre o cantor australiano e o pĂºblico marcou a apresentaĂ§Ă£o no palco Axe. Os fĂ£s acompanharam Vance Joy nĂ£o sĂ³ com palmas, mas cantando quase todas as canções da apresentaĂ§Ă£o com pegada folk. Faixas como “Mess Is Mine”, “From Afar” e o hit “Reptide”, jĂ¡ no final do show, garantiram a empolgaĂ§Ă£o da plateia. Teve atĂ© espaço para um cover de Fleetwood Mac, da faixa “The Chain”. CÉU A cantora paulistana focou em sua apresentaĂ§Ă£o o elogiado Ă¡lbum “Tropix” (2016), mas tambĂ©m cantou hits de discos anteriores, como “MalemolĂªncia”. Considerado seu trabalho mais maduro, ele passeia por trip-hop, eletrĂ´nica e R&B, sem deixar de lado as influĂªncias latinas da artista. Com o Ă¡lbum, ela ganhou os prĂªmios de artista do ano pela APCA (em 2016) e o de melhor disco pop em portuguĂªs no Grammy Latino. O pĂºblico cantou e dançou (muito) ao som das batidas de CĂ©u, que repetiu durante a apresentaĂ§Ă£o “viva a mĂºsica brasileira”.