Strike lança ‘Desvio de Conduta’ em Curitiba

Impulsionada pela Internet, banda firma-se como umas das preferidas dos adolescentes e se apresenta pela primeira na cidade neste domingo

Redação Bem Paraná

Graças a Internet, o Strike rompeu as barreiras mineiras e se instalou no Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro CD, “Desvio de Conduta”, e já contabiliza uma legião de fãs. Garotas e garotos conhecem os principais hits do disco antes mesmo de seu lançamento nacional, em abril de 2007. Músicas como “Paraíso Proibido”, primeiro single a chegar às rádios e tema da telenovela “Malhação”, “Caiu na Babilônia” e “Pra Ela Voltar” são cantadas a plenos pulmões pelo público nos shows. O grupo foi eleito pela audiência a “Aposta MTV” no VMB 2007. A categoria, que substitui a de “Melhor Clipe Independente” dos anos anteriores, era composta pelas cinco novas bandas que a MTV indicou como mais promissoras.

Fique por dentro do show do Strike.

Liderado pelo vocalista Marcelo Mancini, André e Rodrigo (guitarras), Fábio (baixo) e Cadu (bateria), o Strike surgiu há quatro anos em Juiz de Fora e começou tocando covers de clássicos do U2, The Cure, The Smiths e The Police na noite mineira. A intensa e efervescente cena local logo projetou a banda na região e o grupo passou a investir em composições próprias. “Esta fase serviu para nos conhecermos musicalmente e absorver as influências de todos”, conta o baixista Fábio. “Nunca mudamos a formação da banda e hoje brincamos que estamos em lua de mel, bem tranqüilight”, completa o vocalista Marcelo Mancini.

A alusão ao casamento deve-se ao fato dos meninos terem largado a vida de cidade do interior para dividirem um apartamento no Rio de Janeiro em junho de 2006, quatro meses antes de começarem a gravar o tão sonhado primeiro disco pela Deckdisc, sob produção de Diogo M, Tuta e Marlos Vinicius. Entusiasta do som dos garotos, o produtor Rafael Ramos acompanhou todo o processo e tomou para si a produção musical da faixa “O Jogo Virou”, última a ser composta, uma balada solar com pitadas eletrônicas sobre a nova fase do grupo no Rio. “A letra fala de expectativas, mudança de vida, liberdade e incertezas”, conta Marcelo.

Influenciados por bandas como Green Day, Blink 182, The Ataris, Beastie Boys, MC5 e Sublime, o Strike faz um punk hardcore melódico, com pitadas freqüentes de ragga muffin, hip hop e drum’n’bass. Alguns poderão “encaixar” a banda no movimento pop punk dos anos 90, liderado por bandas como Simple Plan, Good Charlotte e as veteranas Green Day e The Offspring, mas o vocalista e letrista Marcelo se desapega dos rótulos. “Temos o peso do punk, a melodia do pop, os scratches do rap e as batidas eletrônicas. Às vezes tudo em uma música só. O disco todo não tem a mesma sonoridade, mas a mesma atmosfera”, explica. “É um trabalho coerente”, completa o baterista Cadu.

Nominações à parte, o Strike vem crescendo como uma bola de neve, com uma consistente agenda de shows e uma forte repercussão na grande rede. O clipe de “Paraíso Proibido”, primeiro single do álbum e dirigido por Bruno Murtinho, que já assinou vídeos de O Rappa, Jota Quest, MV Bill e Detonautas, é destaque nos canais de música. Além disso, a faixa figura entre as 10 músicas mais tocadas nas principais rádios brasileiras e é tema de abertura da nova temporada da telenovela “Malhação”.

As letras quase autobiográficas de Marcelo giram em torno do cotidiano juvenil: diversão, noitadas, namoros, brigas, decepções e amizade. “Falamos do que vivemos, com uma pitada de sarcasmo, mas sempre com alto astral e positividade. Sem chororô”, explica o vocalista, deixando claro que os meninos não se identificam com as mensagens melosas das bandas ‘emo’. “Somos contemporâneos e até tocamos nos mesmos eventos, mas nosso som é mais pra cima, diversão pura”, enfatiza.

Paraíso Proibido é um exemplo da variação de estilos do Strike. Guitarras melódicas convivem harmoniosamente com scratches, sintetizadores e teclados do DJ Abakuki e vocais a la MC5. Os versos bem humorados traduzem bem os dilemas juvenis, como a tradicional família que não vê com bons olhos o namoro da filha com um jovem roqueiro:

A música que abre o disco, “Aquela História”, também foi a primeira a ser composta, em 2003. Cantada a plenos pulmões pelos fãs nos shows, a levada punk rock mostra as bases do grupo com um refrão consistente e letra romântica. Já a terceira faixa, “Sempre Quis”, composição do CD demo do grupo, aposta nos riffs e arranjos melódicos, e é um dos exemplos das mensagens “final feliz” do grupo.

“Caiu na Babilônia” já é hit do grupo mineiro. Sinônimo de festa e diversão, a música de várias nuances equaliza pitadas de hardcore, ragga muffin e programações eletrônicas. Responsável por 10 entre 10 rodas de pogo nos shows, a nervosa “O Teu Olhar” mostra a competência instrumental da banda, arranjos precisos e completo entrosamento entre os cinco integrantes; principalmente nas viradas do hardcore para o ragga muffin.

De volta ao Strike clássico, “Desencane e Sem Moderação” apostam em guitarras vigorosas, levada melódica, paradas pontuais e letras sob a ótica juvenil masculina. “Desvio de Conduta”, música que dá nome ao CD, brinca com riffs e loops na introdução e enfatiza a paixão do vocalista pelas quebradas do rap. “Buscamos arriscar, não ficar presos a apenas uma sonoridade. Tivemos toda a liberdade para criar e lapidar o som. Por enquanto, queremos misturar”, afirma Marcelo.

“Desvio de Conduta” é o início e o final de um ciclo para o Strike.  A convivência diária emoldurou as composições e arranjos do grupo e a união neste período prepara a banda para uma trajetória promissora. “Desde nosso processo criativo até as baladas, fazemos tudo juntos”, diz Fábio. De agora em diante, o Strike só quer pegar a estrada, tocar, divertir a galera e, claro, viver e se estabelecer na música. “A melhor coisa é perceber que nosso discurso não é restrito à banda. Todos os dias ouço gente falando que se identifica com tal e tal música”, conta Marcelo.

O período em estúdio foi de desafio, superação e até um tanto angustiante. Agora o caminho está aberto e o Strike pronto para disseminar toda a sinceridade e energia iniciadas neste trabalho. “No palco fazemos o que sabemos de melhor. E todos estão convidados a assistir”, finaliza Marcelo Mancini.