O sucesso nem sempre é eterno. Para alguns ele é passageiro e nunca mais volta, em algumas situações a queda é vertiginosa. Essa é o caso de Wigberto, que na década de oitenta foi baterista de Tim Maia, mas hoje apesar do talento reconhecido por outros músicos, virou uma pessoa em situação de rua no bairro de Icaraí em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e agora está sendo considerado suspeito de agressão.

Amigos contam que Wigberto chegou até a fazer uma participação no filme de Lael Rodrigues Bete Balanço, de 1984, além de ter tocado com grandes nomes da música brasileira como Celso Blue Boys e Tim Maia. Em entrevista ao portal G1, o também músico Zelly Mansur que atualmente mora em Angola, mas morou em Niterói por 35 anos, disse que por conta de brigas familiares o companheiro chegou a morar com ele por quatro meses.

Mansur disse que havia prometido que deixaria Wigberto ficar hospedado em sua casa por duas semanas, mas que ele foi ficando. E por problemas com os pais de Mansur que estavam reclamando da presença do baterista, ele foi embora e passou a viver nas ruas. Com isso os problemas pessoais que já eram grandes foram ficando maiores ainda e viraram uma bola de neve.

Na segunda-feira, dia 6, uma estudante de 16 anos estava indo para a escola de bicicleta quando foi derrubada, Wigberto é considerado suspeito e teria sido flagrado por câmeras de segurança. A mãe da jovem, Karla Ribeiro, disse que ele teria tentado dar um soco em sua filha e fugido sem tentar roubar nada.

Em conversa com a psicóloga Angélica Blanchart, que acompanhou o caso de Wigberto, ela disse que ele nunca apresentou algum comportamento agressivo, mas que que ele tem problemas alguma complicações mentais. A psicóloga ainda disse que teme que as pessoas o entendam errado e que o prendam, quando segundo ela ele deveria se levado para algum lugar adequado e receber tratamento.

Wigberto foi encontrada na quarta-feira, dia 8, na Rua Moreira César, no mesmo bairro com o rosto machucado. Lucimara Pinheiro, moradora da região afirmou que encontrou com o ex-baterista e que ele lhe ofereceu comida, mas que ele pediu apenas um caderno e caneta e que ele iria escrever uma música para ela.

O psicólogo Luiz Adriano Godoy, do Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) Hebert de Souza, que faz parte do sistema de saúde pública de Niterói, foi o último profissional a acompanhar o tratamento de Wigberto, e disse que músico recebeu o tratamento, mas que ele não ficava internado, e que quando ele foi para as ruas nunca mais retomou o seu tratamento no Caps.

A Secretaria de Saúde da cidade, junto com uma equipe da Saúde Mental e Consultório de Rua chegou a enviar profissionais para realizarem um atendimento junto a Wigberto, além da Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, mas quando as equipes chegaram para fazer a abordagem Wigberto conseguiu fugir dos agentes de saúde.

A Polícia Civil disse que já foram iniciadas as investigações e que agentes já fizeram diligências para apurar o autor da agressão.