Cultura No José Maria Santos

“No Céu da Boca”: peça que celebra autor curitibano estreia nesta quinta-feira

Editado por Mario Akira
peca no ceu da boca

Peça No Céu da Boca (Crédito: Eduardo Ramos)

Nesta quinta-feira (25) estreia a peça “No Céu da Boca”, no Teatro José Maria Santos, uma celebração ao autor curitibano Jamil Snege (1945–2003), considerado um dos nomes mais originais da literatura paranaense contemporânea.

Com direção de Roddrigo Fôrnos, a montagem fica em cartaz até o dia 28 e retorna novamente em outubro (dias 30 e 31) e novembro (dias 1 e 2). Os ingressos estão à venda no Disk Ingressos.

A peça reforça o olhar do autor sobre o ser humano, suas contradições e fragilidades, tecendo uma narrativa a partir de contos e crônicas dos livros Como eu se fiz por mim mesmo e Como tornar-se invisível em Curitiba, entre outros.

Ao lado de “Cabaré Haikai”, inspirada em Paulo Leminski, a nova montagem da Na Carreira Produções Artísticas propõe revisitar a obra de Jamil Snege, reafirmando sua importância e a irreverência que marcou sua trajetória.

“Montar uma peça a partir da sua obra não é apenas um gesto artístico, mas também um ato de preservação da memória literária de Curitiba. Snege foi um autor singular, cuja escrita, marcada por ironia, humor crítico e profundidade existencial, atravessa o íntimo e o social com a mesma intensidade”, ressalta o diretor.

Snege deixou uma obra enxuta, mas muito contundente, que merece ser revisitada. Entre seus principais títulos, destaca-se Os verões da Grande Leitoa Branca, romance que mescla memória, fantasia e realidade, e que será relançado no mesmo mesmo dia da estreia da peça, em um projeto coordenado por seus filhos, Daniel e Jean Snege. Esse e outros outros três livros do autor (O jardim, a tempestade, Senhor e Para uma sociologia das práticas simbólicas) estarão à venda no teatro durante a temporada.

Outras obras de destaque do autor incluem Viver é prejudicial à saúde (2000), novela sobre a crise da meia-idade, Como eu se fiz por mim mesmo (1994), romance autobiográfico, O jardim, a tempestade, coletânea de contos curtos, Tempo Sujo (1968), novela de geração, protagonizada por uma juventude periférica sob a ditadura militar, e as crônicas de Como tornar-se invisível em Curitiba (2000).

Essas obras o aproximaram da tradição modernista e, em especial, da verve inventiva de Paulo Leminski, de quem foi contemporâneo e amigo. “Leminski e Snege foram contemporâneos, publicitários e escritores que dialogaram com a cidade e com seu tempo, deixando uma obra que ainda pulsa e provoca. Ao revisitarmos Snege, reforçamos essa ponte de vozes que ajudaram a construir a identidade cultural de Curitiba”, ressalta Fôrnos.

O diretor lembra que a capital paranaense foi berço de um notável grupo de escritores que marcaram época e abriram caminhos na literatura brasileira, como Manoel Carlos Karam, Cristóvão Tezza, Miguel Sanchez Neto, Maria Nicolas, Adélia Woellner, Valêncio Xavier, Wilson Bueno, Alice Ruiz, Helena Kolody, Luci Colin e Dalton Trevisan. “Nosso propósito é criar espetáculos que, ao mesmo tempo, celebrem a genialidade desses autores e sensibilizem o público para a força da literatura que nasceu em Curitiba. Assim como Leminski mobilizou plateias, acreditamos que Jamil Snege, com seu estilo inconfundível, será capaz de despertar reflexões profundas e novas emoções”, afirma.

SERVIÇO

No Céu da Boca

Local: Teatro José Maria Santos – Rua Treze de Maio, 655 – São Francisco, Curitiba

Setembro

25 e 26 (quinta e sexta-feira), às 20h

27 (sábado), às 17h e 20h

28 (domingo), às 11h

Outubro

30 e 31 (quinta e sexta-feira), às 20h

Novembro

1 (sábado), às 17h e 20h

2 (domingo) às 11h

Ingressos: R$ 65,00 (inteira) e R$ 32,50 (meia-entrada), disponíveis no Disk Ingressos.

Classificação indicativa: 14 anos