Cultura Música

O blues sujo do Lendário Chucrobilly

Klaus Koti é um homem-banda que ajudou a criar uma associação brasileira de monobandas

Adriane Perin

No próximo dia 18 de setembro o paulista de Itararé Klaus Koti  veste novamente seus apetrechos instrumentais e se transforma no Lendário Chucrobillyman, para o show de lançãmento de seu disco ao vivo, que faz parte da nova série da Grande Garagem que Grava. A banda de um homem só, nascida há 3 anos em Curitiba,  fará um dos 24 shows que marcam, até o final do ano, a reabertura do Teatro Universitário de Curitiba. Há 14 anos morando na cidade, o rapaz de 28 anos começou escutando muito rock, o que o levou a empunhar guitarras, a ter bandas, se cansar da rotina com elas, ir tocar sozinho – e voltar à bandas novamente.

Com o seu “único” instrumento, que reúne vários, ele já viajou pelo exterior e Brasil afora, e hoje em dia integra até mesmo uma movimentação de vários desses homens instrumentos. Juntos eles perceberam que definir  uma monobanda é algo difícil. “Porque tem gente que fala que o tecladista que toca na churrascaria seria um  homem-banda. Então, tentamos definir  que é a banda com uma pessoa só que toca vários instrumentos. Dentro disso existem vários núcleos e estamos nos encontrando. Criamos a  Associação Brasileira de  Monobandas, pra ficar mais fácil produzir”, explica Klaus.  A proxima ação é a segunda edição da Invasão Sudamérica de Monobandas com shows de argentinos e brasileiros, que passa por Curitiba no dia 2 de agosto.

Koti é formado em Gravura e trabalha com design gráfico.  “Disseram que eu tinha que estudar então fiz uma faculdade – e gosto.  Até porque se fosse ser músico para ganhar dinheiro estaria competindo com o Zé da Folha, o primeiro homem-banda brasileiro, tocando na praça Osório”, diz referindo-se ao artista gaúcho. “Mas ele é popular eu sou mais de um segmento, e prefiro assim. Minhas influências vêm do rock and roll, um som mais alternativo”, comenta. Koti diz que bebe na fonte do blues, mas de uma vertente mais suja. “Tem um ar de garage, chamo de trash blues, que é um blues com uma interpretação mais podre, pego a essência e sujo”, explica.  “O negócio de monobanda tem muito a ver improvisação, sentir a pláteia e ir de acordo. Tem que aprender algo diferente, uma nova relação com o público”, completa ele, que tocou guitarra havaiana no Hillbilly Rawhide.  “Tinha músicas minhas em português. Tenho essa mania de música em português, embora seja mais fácil escrever em inglês”.
Tanto, que  depois dessa temporada de shows sozinho voltou a ter uma banda, muito por conta desse gosto pela Língua Portuguesa. “A Koti e os Penitentes nasceu velha, porque nela estão as primeiras coisas que escrevi ”, conta ele, cuja banda recém criada já tem dois discos na internet. 

A banda é Maestro Alexandre (escaleta, tecladio e oboé), Juliano Cocktail (bater), André (percussão) e Macus “Coelio” Gusso (baixo).
Foi na rede também que ele estabeleceu os contatos que o levaram a tocar fora da cidade, inclusive no exterior. “Faço tudo sozinho, em casa. Saí de uma banda com muita gente e precisava disso. Mas, é legal também ter alguém com quem conversar”, diz e emenda, entre risos. “Com monobanda não precisa marcar ensaio, gravo na hora que quero, toca do meu jeito… mas só isso é bom”.
E os planos para agora? “Acho que vou acabar de novo com a banda”, solta,  brincando. “Não, tenho que levar a vida a sério, né? Essa coisa de trabalhar… Mas vou continuar gravando, quero fazer algo em vinil” .

Serviço
www.myspace/chucrobillyman
www.myspace.com/kotieospenitentes