Agitação. Expectativa. Gritos. Foi assim que o público curitibano aguardou o show da banda Evanescence. Mesmo com um público abaixo do esperado – aguardava-se cerca de 15 mil pessoas, mas foram oito mil pagantes -, o show encantou a quinta-feira passada dos fãs. A Pedreira Paulo Leminski ficou tomada de adolescentes que queriam ver de perto a banda favorita. Às seis da tarde poucas pessoas haviam chegado, mas foram muito os pais que ouviram os hits que empolgam a juventude de seus filhotes. “Pai, me ergue!”, gritava uma menina, de uns 12 anos mais ou menos, com uma faixa com o nome da banda nos cabelos e uma camiseta preta com a foto da vocalista Amy Lee.
A noite começou com nacional Luxúria, recebida com empolgação pelo fã clube. Já a uruguaia Silicon Fly não agradou. “Banda uruguaia, que canta em inglês e não sabe falar espanhol”, era possível ouvir. O cantor Guillermo Savoi dançou com uma garrafa de uísque na segunda música e foi vaiado. “Fora emo!”, era o grito ouvido. Tocou poucas músicas de um pop que divergia do ritmo esperado e foi embora sem sequer se apresentar. Quando chegava a hora das cortinas abrirem para o grande show da noite uma platéia delirante gritava por Amy Lee. “Sweet Sacrifice” foi a primeira canção do Evanescence na terra dos pinheirais. Mas foi quando entrou o piano negro que se pode notar como a vocalista “destrói”, como disse um garoto ao seu pai. “Lithium”, o grande hit do momento, levou a gurizada ao êxtase. Num português improvisado, mas muito bem pronunciado, Amy agradeceu Curitiba. Quando os grandes sucessos soaram – “Call me when you’re sober”, “Bring me to life” e “Going under” – foi junto com um coro extra da platéia.
Depois de uma hora a banda saiu do palco e a galera: “E-va-nes-cen-ce!”. De volta, a vocalista perguntou qual som queriam ouvir. Como não poderia ser diferente, “My immortal” foi gritada em coro, e o pedido atendido. O piano negro voltou ao palco e ela cantou um dos primeiros hits, que já vendeu 14 milhões de discos. A câmera estava bem perto e foi possível perceber ela errando a letra. De maneira simpática e divertida, Amy soltou um “ops!”, que arrancou aplausos. No final da 1h20 – “Foi muito rápido”, lamentou a menina que aparentava ter uns 10 anos – Terry, John, Rocky e Tim jogaram palhetas e baquetas a um público que se contorcia para tentar levar uma lembrança da banda. Evanescence foi embora, mas deixou as suas marcas num púbico que respira o novo rock do momento.